Crítica
Ouvimos: Ringo Starr, “Crooked boy” (EP)
Fazendo a defesa dos EPs em seus lançamentos recentes e em algumas entrevistas, o beatle Ringo Starr vem se especializando em discos de curta duração, com poucas faixas, e que acabam sendo mais uma curtição para os fãs antigos do seu trabalho, do que uma tentativa de fazer um lançamento de grande porte, ou algo mais pretensioso (como os lançamentos de Paul McCartney, por exemplo).
No ano passado saiu Rewind forward, quase junto com o “novo” lançamento dos quatro de Liverpool – o single Now and then – e agora é a vez de Crooked boy. Um EP curtíssimo (pouco mais de dez minutos) e quatro faixas, no qual o baterista, cantor e compositor assume uma face diferente a cada música. Ringo soa parecido com Tom Petty em February sky, traz um lado ska-reggae-anos 1950 nostálgico em Adeline (cujo balanço chega a lembrar uma música de carrossel), traz referências dos Strokes (!) em Gonna need someone e soa um pouco mais beatle na faixa título, que encerra o disco.
A curiosidade do novo EP é que Ringo volta 0% autoral: as quatro faixas foram compostas e produzidas por Linda Perry (aquela mesma, a vocalista da banda 4 Non Blondes, do hit What’s up). O tom Strokes de Gonna need someone talvez não surja à toa: Nick Valensi, guitarrista do grupo, participa tocando em todas as músicas. Ringo canta ao lado de Linda – que faz backing vocals e toca vários instrumentos – e toca todas as baterias.
Nota: 6,5
Gravadora: Universal