Crítica

Ouvimos: Retail Drugs, “I love you so!”

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Mais do que apenas fazer shoegaze, o Retail Drugs faz o que costumam chamar de “hot cassette tape music”. A saber: música registrada em fita, com algum gravador Tascam, e instrumento em cima de instrumento para dar um verdadeiro estouro no ouvido. As informações sobre o grupo são mais desencontradas do que encontráveis: sabe-se que é o “projeto de estúdio” de Jake Brooks, guitarrista, vocalista e tecladista do Laveda, e as fotos mostram um trio de voz-baixo-guitarra – com uma bateria programada atropelando o sim.

I love you so! é pra quem gosta de guitar bands que beiram o experimental e até o inaudível. 41, a faixa de abertura, empaçoca baixo e bateria no ouvido e mal dá para entender as letras – o que não surge enterrado na mixagem, aparece sussurrado (dica: tá tudo no Bandcamp do grupo e a faixa tem versos depressivos como “todo mundo se foi/e eu supero isso/ainda assim eu ando sozinho”). Take it back parece um hino do rehab (“quero ficar aqui/posso ficar sóbria/a vida ao sol não pode acabar/a vida é tão divertida”), com a voz se confundindo com as microfonias e um corte na fita.

O disco do Retail Drugs tem aparentados da drone music, nos paredões de guitarra de Control, a massa bruta cavernosa de Away e o eletropunk humanizado de Dubl vision. Diante disso, até surpreende o som quase límpido de Sea (Fade away), valorizando a beleza dos vocais (divididos entre Jake e a baixista), e a balada Euphoria – que, enfim, é uma balada até uma massa de guitarra e bateria tomar conta.

Nota: 7,5
Gravadora: Independente.

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