Crítica
Ouvimos: Private Lives, “Hit record”
- Banda de Quebec (Montreal), o Private Lives já tinha um EP lançado, epônimo, gravado em um único dia, que saiu em 2022. Hit record é o primeiro álbum do grupo.
- O Private Lives abriu os trabalhos como um projeto caseiro de pandemia, feito pelo casal Chance Hutchison (guitarra) e Jackie Blenkarn (voz). Entraram depois o baixista Josh Herlihey (Plastic Act) e o baterista Frank Climenhage (Lonely Parade, Alpen Glow).
- Curiosamente eles são xarás de uma banda britânica de new wave bem mais antiga: o Private Lives original existiu nos anos 1980 e teve hits como Living in a world (Turned upside down), de 1984.
O Private Lives faz um som que pode ser definido como alt-punk, lembrando formações bacanas dos anos 1980/1990 (Redd Kross e The Muffs, por exemplo). Chama a atenção pela mixagem meio “vintage”: baixo tomando conta de tudo, guitarra dividida entre canais, vocais dobrados e às vezes, abafados na instrumentação. É o som de músicas como Trust in me e Anything for love. Na sequência, a banda se revela uma boa seguidora do punk californiano dos anos 1970/1980, na onda de Go-Go’s e Bangles em faixas como Misfortune e na música que leva o nome da banda, Private lives. O destaque vai para All the Queen’s men, com “lalalas” e clima próximo da new wave, mas com o peso caracteristico do álbum, nas guitarras. E para o encerramento, com a alegre e maníaca Dark spots.
O som do Private Lives não é extremamente original, vale citar. O que é compensado com muita energia, e com a volta a uma sonoridade que, desde que bem feita, costuma dar certo, e liga um interruptor de felicidade roqueira na mente do ouvinte. Vale ouvir e conhecer, e vibrar com a quantidade de músicas feitas para realmente dar certo e não desperdiçar espaço no disco.
Gravadora: Feel It Records
Nota: 7
Foto: reprodução Bandcamp