Crítica

Ouvimos: Patrick Angello, “Violão afro-brasileiro”

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  • Violão afro-brasileiro é um álbum solo do violonista carioca Patrick Angello. O disco tem nove composições próprias em homenagem à mata atlântica e aos povos da floresta: afro-brasileiros e indígenas.
  • O disco surgiu a partir da performance Valongo: Afro-Brazilian Guitar, evento que aconteceu na Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, realizada em 2023.

Com uma carreira que inclui gravações em mais de 200 discos, o carioca Patrick Angello voltou-se para o som da mata atlântica e das florestas em seu disco – uma daquelas obras que poderiam ter sido lançadas pela Marcus Pereira Discos nos anos 1970, pelo seu caráter autoral, histórico, e ao mesmo tempo, voltado para a pesquisa.

O próprio texto de lançamento explica que Patrick pretende não apenas falar de história do violão na música brasileira, como também da sua própria identidade como músico oriundo do subúrbio e neto de ialorixá – e esse contato rico com as raízes pessoais e musicais dá um entendimento diferente a peças como Mistérios de Exu e Lágrimas de Iemanjá, mais contemplativas e cinematográficas do que rítmicas. Já Oxossi caboclo é uma reza musical expandida pelas palavras do líder espiritual Carlos Papa, e pelos barulhos de mata.

A existência e a luta diária dos seres nativos é celebrada em temas mais intricados e corridos como Mainó e Tatá (O fogo), enquanto os momentos de mansidão na Mata Atlântica surgem em Tiê-sangue. Para ouvir e pensar com tristeza nos maltratos feitos às matas e aos povos indígenas.

Nota: 9
Gravadora: Kuarup.

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