Crítica

Ouvimos: Melvins, “Thunderball”

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Sequência da formação alternativa “Melvins 1983” – em que o vocalista e guitarrista Buzz Osborne se junta ao baterista original da banda, Mike Dillard – Thunderball é praticamente uma sequência do disco anterior dos Melvins, Tarantula heart. Não que isso seja ruim, ou que se trate de um disco repetitivo, e em se tratando do duradouro grupo de Seattle, o mais fácil é imaginar sempre alguma surpresa aparecendo, quando menos se espera por isso.

De qualquer jeito, fica a impressão de que num futuro próximo o Melvins vai se tornar algo bastante parecido com o Guided By Voices: discos lançados em cascata, e mesmo que os álbuns novos tenham elementos parecidos, são algo que você sempre vai querer escutar. Thunderball, como o anterior, tem faixas enormes (são 5 músicas em 34 minutos), e um subtexto blues-metal-grunge especial passando pelas faixas.

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Além do interlúdio ruidoso de Vomit of clarity, a mais diferentona do álbum é Victory of the pyramids, uma espécie de metal pós-punk, que parece inicialmente um cruzamento entre Black Sabbath e Joy Division – e ganha um aspecto mais progressivo logo depois, remetendo a bandas viajantes e podres como Hawkwind. Uma música (de 9m36) realmente bonita e pesada, num disco que Buzz definiu, num papo com o site Scream & Yell, como “bombástico”, e simultaneamente, melódico.

No restante, Thunderball traz metal filtrado pelo grunge em King of Rome, ritmos quebrados e psicodelia em Short hair with a wig e compassos incomuns no punk blues metal de Venus blood. Pode não reinventar nada, mas também não precisava: os discos do Melvins são desafiadores até quando não pretendem ser.

Nota: 8,5
Gravadora: Ipecac Recordings
Lançamento: 18 de abril de 2025.

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