Crítica
Ouvimos: Meat In Space, “Tangerine” (EP)
O garage rock espacial dessa banda norte-americana deixa qualquer um feliz. Na verdade o Meat In Space é um projeto musical de um cara só – e o cara em questão é Shawn Stedman, um músico da Bay Area de San Francisco, que toca de tudo, e cujo leque de influências vai de Nirvana a Ty Segall, passando por grupos neo psicodélicos. “O EP de estreia, Tangerine, é um marco significativo para o Meat in Space, com todas as faixas gravadas em fita analógica, culminando em uma experiência sonora nostálgica e autêntica”, conta ele.
Tangerine começa logo com a faixa título – uma sujeira de garagem com vocais quase falados, lembrando realmente Kurt Cobain, ou Iggy Pop. A letra tem versos como “não importa de verdade/não importa de verdade em que planeta você está/adivinhe com limão/libere o veneno” (?). Chromium dioxide começa tão distorcida quanto uma canção do The Jesus and Mary Chain, e prossegue como um power pop aterrador e espacial, com letra fazendo referência à crueza da gravação em fita K7. Ruby tourmaline é uma canção folk sessentista, com balanço funkeado e quase cigano, lembrando bandas como Pretty Things ou até mesmo o Pink Floyd do final dos anos 1960 (a fase imediatamente pós-saída de Syd Barrett).
No final do disco, a viagem folk e distorcida, simultaneamente, da vinheta Hyperion harm. E o peso punk, quase em clima de interferência sonora, de Call the coroner. Vale adotar essa banda.
Nota: 8,5
Gravadora: Psychic Tooth Records
Lançamento: 7 de dezembro de 2024
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