Crítica

Ouvimos: Marcos Valle, “Túnel acústico”

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O repertório de Marcos Valle é repleto de músicas esportivas e automobilísticas – Túnel acústico, por exemplo, lembra logo Freio aerodinâmico, tema instrumental de seu álbum epônimo de 1970. No caso do novo álbum, lançado por Marcos aos 81 anos recém-completos, o clima é de “daqui pra frente”, em faixas como Bora meu bem (parceria com Joyce Moreno que tem frases como “refazer o que se destruiu/retomar do ponto em que partiu/acreditar no sonho que faliu”), Para de fazer besteira e até em Life is what it is, uma parceria antiga com o percussionista Laudir de Oliveira (1940-2017) que já tinha sido gravada pelo grupo norte-americano Chicago (no qual Laudir tocou) em 1979.

Túnel acústico traz Marcos Valle investindo em composições que à primeira vista soam menos exuberantes do que em discos como Garra (1971) e Previsão do tempo (1973), mas que chamam a atenção por priorizar o groove e o lado samba-soul de sua música. O estilo antigo de Marcos ressurge em Não sei (parceria com Céu), mas um lado sambista e até retropicalista do cantor aparece em Todo dia santo, Palavras tão gentis (parceria com Moreno Veloso) e no samba-reggae Assim não dá.

Uma outra lembrança da história musical de Marcos ressurge em Feels so good, parceria com o norte-americano Leon Ware (1940-2017), resgatada direto de uma fita gravada pelos dois em 1979, num estúdio em Los Angeles. Uma gravação raríssima por trazer os vocais de Leon – mantidos por Marcos, que acrescentou suas vozes à música. No final, o instrumental tranquilo Thank you, Mr Burt, traz uma homenagem, tocada pelo cantor no piano Rhodes, ao norte-americano Burt Bacharach.

Nota: 8
Gravadora: Far Out

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