Crítica

Ouvimos: Lavolta, “No estado atual das coisas tristes”

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No terceiro disco, o Lavolta (de São Bernardo do Campo, SP) faz a trilha sonora da depressão, do brain rot, da falta de sono e das sequelas da pandemia – tudo com uma sonoridade que oscila entre emo, dream pop e detalhes psicodélicos. A minha terapeuta sabe o seu nome de cor traz versos como “engulo sapos e remédios para dormir e acordar” numa estrutura emocore com certo balanço brasileiro, e referências a drogas prescritas, séries e dopamina.

Soluções químicas é emo eletrônico, com melodia acessível e pop, oscilando entre shoegaze e detalhes de nu-metal. Tu&yo manda bala em sequelas do capitalismo (“não me deram chão e ainda esperam que eu acelere os passos”), enquanto Yoga, trazendo um pouco mais de calma à história, chega perto do trip hop em alguns momentos.

O Lavolta é meio filho, de certa forma, do hyperpop – e dos contornos pop e vanguardistas do estilo. É um clima que dá bastante as caras lá pela segunda metade do álbum, em faixas como o grunge com alma hip hop Chico abajo e a sofrência metal-dream pop de Chora mundo. Tudo entremeado com faixas curtas e enigmáticas como Commune/Communicate e ter/ap_euta.

Nota: 7,5
Gravadora: Independente
Lançamento: 21 de fevereiro de 2025.

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