Crítica

Ouvimos: L.A. Guns, “Leopard skin”

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Um dos inspiradores da cena oitentista do rock de Los Angeles, o L.A. Guns sempre esteve mais de olho no punk e na era glam do que nas facilidades do glam metal. E você provavelmente sabe: a banda foi peça-chave na criação do Guns N’ Roses, nascido da fusão de uma das formações do L.A. Guns com a banda coirmã Hollywood Rose. Só que as brigas internas (especialmente entre o vocalista Phil Lewis e o guitarrista Tracii Guns, que só se reconciliaram há cerca de uma década) renderam várias formações diferentes, além versões paralelas da banda (que, por sua vez, renderam alguns processinhos) e, claro, fãs perdidos no meio do caminho.

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Leopard skin, o décimo sexto disco da banda, celebra os 40 anos de estrada do L.A. Guns com Tracii, Phil e companhia entregando um rock que… bom, não traz absolutamente nenhuma novidade – e talvez esse seja justamente o charme. Um destaque curioso é Hit and run, um hardão cromado com ecos de bandas dos anos 1980 que beberam no glam setentista, como The Smiths, Psychedelic Furs e Gene Loves Jezebel. Mas no geral, é hard rock e glam metal feito por quem cresceu ouvindo punk, mas com influências claras de Guns N’ Roses e, principalmente, Aerosmith.

O AC/DC dá as caras (em espírito) no boogie rock de Taste it e Follow the money. Já Lucky motherfucker e If you wanna evocam o clima festivo do Sweet. The grinder vem carregada de sujeira sonora e fala de excessos, abusos e a longa estrada da recuperação. Quando o L.A. Guns tenta vestir uma roupagem de “guenta aí, somos uma banda de rock clássico!”, o resultado soa meio artificial – como em I’m your candy man, quase um decalque do álbum Presence (1976), do Led Zeppelin, ou no country-blues arrastado de Runaway train, que parece não engrenar.

Mas Leopard skin não é exatamente sobre inovação – é sobre reencontro. É o L.A. Guns assumindo quem é, com as marcas do tempo, mas ainda afiado.

Nota: 7,5
Gravadora: Cleopatra Records
Lançamento: 4 de abril de 2025

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