Crítica

Ouvimos: Heal Mura, “The limited repetition of pleasure”

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Antes de mais nada, vale avisar: o título deste álbum (The limited repetition of pleasure) não é só uma provocação conceitual – ele define bem a experiência sonora proposta. Murilo Faria, tecladista da Aldo The Band, assume aqui o codinome Heal Mura e mergulha em um universo de loops hipnóticos, samples garimpados em discos de eletrônica e experimental, e influências que vão de rituais sonoros a viagens psicodélicas. O resultado tem ecos de healing music e até de uma espécie de terapia sonora alucinógena.

Mesmo nos momentos mais intensos, o álbum de Heal Mura não parece buscar impacto físico, trabalhando mais na esfera mental – e provocando sensações que reverberam no pensamento. O espírito progressivo aparece em faixas como More pillows than heads, onde os vocais lembram um cruzamento entre Pink Floyd e Electric Prunes, e Tide, que faz jus ao nome ao construir ondas sonoras. Wu Wei mistura a pulsação frenética da dance music com tons psicodélicos, enquanto Aiming high e Thong len remetem ao rock britânico do começo dos anos 1990. Já Awake é repleta de cânticos astrais.

O fecho com Heal é um mergulho de nove minutos em um ritmo quase cardíaco, entre samples de percussões e de gaitas de fole – além de progressões sonoras que flertam com a música indiana, e com sons mais experimentais e desafiadores. No fim das contas, The limited repetition of pleasure é um disco para expandir a mente. Mesmo quando se aproxima do lado mais visceral da eletrônica.

Nota: 7,5
Gravadora: Hungry Ghosts
Lançamento: 24 de janeiro de 2025

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