Crítica

Ouvimos: Gueersh, “Interferências na fazendinha”

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  • Interferências na fazendinha é o terceiro lançamento da banda itinerante gueersh, baseada no Rio de Janeiro. O disco foi gravado no Emissor Estúdio, localizado em um sítio permacultural da Serra de Macaé (RJ).
  • Do release do álbum: o grupo concentra-se na “pesquisa de ritmo e na energia das músicas, buscando representar, não só nas letras, mas também nos modos musicais, as composições naturais dos bichos, grilos, sapos e pássaros”. Ao mesmo tempo, “o disco reflete sobre a perspectiva social imaginativa da zona rural do Sana, interior do Rio de Janeiro, onde a banda convive em imersões musicais e permaculturais no Sítio Sereno”.
  • Na formação do grupo: Igor Arruda (bateria), Livia Gomes (synth e voz), Thomas Alves (baixo), Karin Santa Rosa (voz e percussão), Guilherme Paz (guitarra, voz, percussão, sintetizador, colagens) e David Dinuccci (guitarra).

Gueersh é uma banda que leva a ideologia do acid rock às últimas consequências. Seu disco novo, Interferências na fazendinha, é space rock da mata, gravado num sítio na Serra de Macaé (RJ) e enxergando o mundo a partir das experiências vividas pelo grupo num sítio na zona rural do Sana.

O som da banda não é só psicodelia: tem coisas próximas do shoegaze e do guitar rock em vários momentos da trajetória do Gueersh. Interferências abre com Popstar kids, música de clima viajante e ruidoso, com vocal de bossa-chansong estilo Marcos Valle e bateria com som de lata. Mas no novo álbum, a música das mentes e das matas abre espaço em faixas como Brasileirinhe, uma espécie de samba psicodélico e desconstruído que lembra o Trout mask replica, do Captain Beefheart & His Magic Band, além dos 14 minutos de lisergia no-wave de Vaninha Perereca (que título é esse?), aberta com sons de sapo.

Interferências ainda tem o post-rock psicodélico e vanguardista de Marra e Djo Djo Piranha, o som mântrico de Procissão da cabeceira, e sons lembrando Yoko Ono e Plastic Ono Band em #8. No final, uma espécie de música psicodélica para crianças, Caxorrin, com latidos, lembrando Mutantes e o blues canino Seamus, do Pink Floyd.

Nota: 8
Gravadora: Feitio/Chupa Manga Records

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