Crítica

Ouvimos: Georgia Gets By, “Split lip”

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  • Split lip é o segundo EP do projeto solo da cantora e compositora Georgia Nott, Georgia Gets By. Ela esteve por dez anos envolvida com um projeto eletrônico chamado Broods, e estreou solo com Fish bird baby boy, EP mais voltado para a guitarra.
  • O EP nasceu do término do primeiro relacionamento queer de Georgia, e foi fejto bem rápido. “Cada música é profundamente pessoal, tanto que Nott ficou pensando se deveria lançá-las, antes de perceber que ser capaz de expressar essa vulnerabilidade era a coisa mais importante”, diz o texto de lançamento.

O clima melancólico do fim do último relacionamento de Georgia Nott – a responsável pelo projeto Georgia Gets By – pode ser sentido do começo ao fim de Split lip, EP que foca num dream pop feito quase como nos anos 1980. Bandas como The Sundays parecem ter sido o grande modelo de Georgia, em letras, arranjos e design sonoro geral: reverb nos vocais e guitarra, efeitos de gravação “perdidos na mixagem”, bateria quase flutuando, uma certa tendência a soar mais próxima do folk em alguns momentos.

Músicas como The deal e Some kind of angel, que abrem o EP, não soam exatamente tristes – são canções com melodias doces e letras romanticamente angustiadas como a de Blue monday, do New Order, digamos. A balada Madeline tem uma beleza quase gótica, que lembra Kate Bush. A coisa pega de vez em músicas como a faixa-título – uma canção lenta, nublada e quase psicodélica, cuja letra diz: “devo estar perdida/eu sou uma idiota/aparecendo na sua casa/em uma poça de sangue” – e a acústica, de tom indie-folk, Not this time. Já Not lost just losing, que encerra o disco, é levada adiante por uma guitarra simples, de sonoridade oitentista, e ganha um refrão quase mágico.

Nota: 7,5
Gravadora: Luminelle/Fat Possum Records

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