Crítica

Ouvimos: Funeral Macaco, “Idade do pássaro” (EP)

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Com origens na “cacofonia da favela de Rio das Pedras, Zona Oeste do Rio” (frase tirada do próprio Instagram do grupo), o som do Funeral Macaco une pós-punk e brasilidades, num resultado que lembra tanto o rock pernambucano dos anos 1990 quanto bandas como Black Future e Paulo Bagunça e a Tropa Maldita. A capa do disco, por sua vez, dá uns traços com a de Exuma I, a estreia do Exuma (do hit Exuma, The Obeah Man).

Canicule, a faixa-título, resume tudo: baixo pesado, batuque de umbanda, vocal parecendo um dialeto, guitarra econômica, bateria soando como uma porrada rápida, entre rock e jazz – basicamente uma só nota entendida e transformada em algo pesado e sombrio. Congo e Angola é um samba fantasmagórico, com letra que lembra algo de Luiz Melodia. Frevo é um frevo de vocal furioso e bateria igualmente tensa, uma energia que passa pelo entendimento pós-punk do estilo.

General Candongueiro traz vocal cantado num ponto de umbanda, letra soando como homenagem a uma entidade – algo que ressoa na percussão-e-voz de Morangueira, e no ritmo quase cardíaco, que vai crescendo aos poucos em letra e peso musical, de O tempo do maquinário não é o mesmo de Exu Elégbará. Ao vivo, o Funeral Macaco deve ser uma enorme surpresa – e vale esperar pelos próximos shows.

Nota: 10
Gravadora: Independente
Lançamento: 13 de março de 2025

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