Crítica
Ouvimos: Fcukers, “Baggy$$” (EP)
- Baggy$$ é o primeiro EP da banda novaiorquina Fcukers, formada pela cantora Shanny Wise, pelo baixista/tecladista Jackson Walker Lewis e pelo baterista Ben Scharf. O grupo faz um revival da dance music dos anos 1990 com novos elementos, e se notabilizou no primeiro semestre com os singles Bon bon e Homie don’t shake.
- Jackson explicou ao site Exclaim que a banda é formada por três jovens músicos que já haviam tido outras bandas, e já estavam cansados do mercado musical. E disse que a ideia do grupo é apelar para pessoas que “querem festejar pra caramba”.
- O grupo diz ter começado sem muitas pretensões além de divertir amigos, e que o nome do trio surgiu da mesma forma despretensiosa. “Eu adorava (o nome Fcukers) porque é um palavrão, mas você muda a grafia para poder colocar em coisas, e não é bem o palavrão. Eu pensei que isso sintetizava a vibe”, diz.
Dá para acreditar que a banda Fcukers realmente quis apenas ser um projetinho que lançava músicas para os amigos ouvirem, até que (oh deus!) virou um verdadeiro hype, e mais um grupo interessantíssimo da cena meio rock meio eletrônica atual?
Você decide, porque o material que eles vêm soltando em singles, e as músicas do EP Baggy$$ são coisa de quem sabe como chamar a atenção, incluídos aí os riffs distorcidos, as batidas intensas, e os vocais ASMR de Shanny Wise – que volta e meia lembram uma versão mais tranquila e sob controle de Karen O, do Yeah Yeah Yeahs.
O nome do grupo, então, vem ao encontro do melhor da estética de escrita cagada do Twitter – seja lá o que isso queira dizer, mas pode indicar apenas apreço pela espontaneidade na hora de criar canções. Até porque lá pelas tantas surge até mesmo I don’t wanna, uma canção de batidinha simples e sexy, o contrário das aspirações dance-rock do grupo, seguida por Tommy, um Miami bass que parece ter sido criado por algum discípulo de Giorgio Moroder, graças ao clima espacial dos teclados e vocais.
Essas duas faixas caem quase de paraquedas no EP, marcado por três canções feitas de encomenda para festas indie dance: o drum’n bass de Heart dub, o peso dançante de Bon bon e o clima meio vogue dance de Homie don’t shake. Se algum produtor espertinho mexer mais do que deve no som do Fcukers, alguma coisa pode acontecer – por exemplo: a banda pode fazer mais sucesso ainda e os fãs podem perder a “sua” banda. Só vendo.
Nota: 8
Gravadora: Technicolor/Ninja Tune