Crítica

Ouvimos: Eskröta, “Blasfêmea”

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Estreando na Deck, a banda paulista Eskröta – Yasmin Amaral (vocal e guitarra), Tamyris Leopoldo (baixo e backing vocals) e Jhon França (bateria) – une punk, hardcore e death metal em faixas curtas e grossas (Blasfêmea tem onze músicas em menos de trinta minutos). Depois do rito de abertura –uma vinheta intitulada Rito, mesmo – somos levados a um universo de canções pesadas, ágeis e guturais cujas letras pedem para ser acompanhadas com encarte na mão.

Entre guitarras, percussões, ruídos de mata e um riff que brinca com Symptom of the universe (Black Sabbath), A bruxa prega que “existe uma bruxa que habita em mim”. Fogo, entre punk e metal, e Mantra, metal-hip hop com participação de MC Taya, batem fundo em temas como abuso, assédio e estupro (“quando senta um estuprador e ninguém levanta / são todos coniventes / repita como um mantra”). Sons agressivos entre o death metal e o hardcore surgem em Loser, +666, Misery e Fantasmas pt 2 (“não posso fingir que nada aconteceu / o gosto da angústia é maior que eu”).

O trio final de faixas do disco é mais guerrilheiro e, a seu modo, positivo. Entre guitarras e percussões de samba, LBR (Latina, brasileira, revolucionária) fala sobre o silenciamento das mulheres latino-americanas, e a melodia é a trilha sonora – pesadíssima – do protesto contra a repressão. O metal rap Mulheres combinam com sucesso e o metal luminoso de Quanto tempo, encerrando o disco, são hinos do fim da repressão e do apagamento.

Nota: 8,5
Gravadora: Deck
Lançamento: 11 de abril de 2025

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