Crítica
Ouvimos: Du Rompa Hammond Trio, “O beijo da serpente”
- O beijo da serpente é o segundo álbum da banda Du Rompa Hammond Trio, que une soul, jazz, música brasileira, psicodelia e rock progressivo. O grupo é formado por Du Rompa (órgão Hammond), Daniel Zivko (guitarra) e Leo Luca (bateria).
- Instrumental, o disco narra musicalmente a saga da Serpente Cronos ao encarnar no corpo de Tupã para viver uma experiência terrena e deixar uma imagem física e simbólica do amor na Terra.
- “O arquétipo dos sete planetas que descreve uma trajetória de materialização de impulsos sutis, foi a base para compor o álbum como um todo. Cada um dos sete planetas foi associado a um mito ou lenda, extraídos desde as culturas indígenas e afro-brasileiras, até de civilizações antigas como do Egito e da Grécia”, conta Du Rompa.
O rock progressivo brasileiro passa bem e – pode acreditar – entra em campo inovando. Além do disco recente da banda paraibana Papangu, Lampião rei (do qual comentamos aqui), tem o Du Rompa Hammond Trio, uma banda cujo som é baseado no órgão Hammond, e em especial, num uso fora do padrão para o teclado.
O que poderia soar apenas sinfônico ou psicodélico à moda antiga, comparece no segundo álbum do Du Rompa, O beijo da serpente, com uma cara jazzística, influenciada por uma variedade de estilos musicais, incluindo as brasilidades de Ondas de Olokun, o reggae-rock clássico de A pena e o pulso, o manguebit lisérgico de Buluc Chabtan, e vai por aí. Soa muitas vezes como um encontro entre King Crimson e Egberto Gismonti, ou Hermeto Pascoal e Deep Purple, numa linha do tempo que vai de 1972 a 2024.
Prosseguindo na audição, O beijo da serpente une jazz rock e climas meditativos em Os sete cavalos do alvorecer e Os sete demônios de Maria Madalena. No final, o fusion bem humorado de O sumiço das vacas, e a viagem samba jazz progressiva de Lua de Naiá.
Nota: 8
Gravadora: Blue Crawfish Records
- Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.