Crítica

Ouvimos: Coulou, “Only flowers because they fall”

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Simplicidade – aliás MUITA simplicidade – parece ser o lema de Aaron Joseph Acouloumre, que diminuiu um pouco seu sobrenome e criou o nome artístico Coulou. Aaron é um sujeito de barba, cabelo encaracolado e óculos, que curte tocar trompete, tem um aquário em casa, gosta de alimentar pássaros e que, em seu terceiro disco, Only flowers because they fall, faz um indie-folk-de-quarto extremamente minimalista: só voz, violão, guitarra, uma percussãozinha e (claro) trompete, em faixas com títulos curtos e canções igualmente pequenas (o disco tem dez faixas em 23 minutos e uns quebrados).

Antes que você comece a achar que Coulou é um pentelho cirandeiro de marca maior, vale saber que o disco dele é daquelas surpresas que você acha por aí, fuçando nas plataformas, e acaba curtindo justamente por ser só um cara vivendo como uma pessoa normal e gravando discos em escala mínima, com letras sobre porradas do dia a dia.

Em Only…, Sunlight é uma exceção: ganhou uma batidinha dançante que não faz ninguém dançar, mas transforma o som de Coulou em algo próximo de New Order ou The Cure. Isso porque a maior parte do disco é de material extremamente introvertido e meio tristinho, feito para ouvir antes de dormir, cantado com voz de sono e com referências bem óbvias de Neil Young e ecos de bandas como Band Of Horses e Wilco. É o que rola em Carolina, Mr Sandman, Lua, na cantiga deprê I hate (“eu odeio a verdade/mas a verdade é que eu preciso de ajuda/como um carro quebrado”) e no bluesinho folk Take the stars. Se deparar por aí, ouça.

Nota: 7
Gravadora: Independente.

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