Crítica

Ouvimos: Clara Ribeiro, “Amor para além do Atlântico Sul”

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Nova cantora lançada pelo selo Banidos, de Duque de Caxias, Clara Ribeiro equilibra-se em seu primeiro EP, Amor para além do Atlântico Sul, entre o pop com cara marítima (e em tom levemente baiano), e o neo-soul, que pinta como uma tag forte em vários momentos do disco. A forma da água, a primeira faixa, já traz esse tipo de sonoridade, com um beat brasileiríssimo, valorizando arranjo e voz – ambos conectados ao universo pop, e a sons como Sade Adu e Erykah Badu.

O disco vai prosseguindo e ficando bem mais dançante, com cada faixa funcionando à sua maneira – e como se cada música fosse um mostruário de beats e vibrações diferentes. Cuidar de você abre com um ar quase house-funk no começo (axé-house-funk?). Encontros é uma dance music em parceria com o Enigma, com afrobeats e tom experimental dado pelos vocais. Das faixas do EP, é a que mais lembra uma canção que poderia ser usada em trilha de novela.

Uma curiosidade é que Amor para além do Atlântico Sul trata quase conceitualmente de um amor de praia que vai rolando e dando certo. Só que isso acontece apenas nas três primeiras faixas. Jogo bobo, reggae que encerra o EP, é a única música de descontentamento romântico do disco, com versos como “você promete mas nunca vem/pra você tanto faz/isso não faz bem, não me faz bem”. Mesmo destoando do restante do EP, em ritmo e em vibe, é valorizada pelo vocal macio e cheio de truques sonoros de Clara, e pelo trabalho do produtor e músico KNomoh. A estreia de Clara desliza entre mares calmos e ondas vibrantes, deixando no ar a promessa de um futuro cheio de boas surpresas.

Nota: 7,5
Gravadora: Banidos
Lançamento: 17 de janeiro de 2025.

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