Crítica
Ouvimos: Cipó Fogo, “Born enslaved”
- Born enslaved é o sexto lançamento do Cipó Fogo, um duo formado por Marcelo Cabral (da cena alagoana, de bandas como o Coisa Linda SoundSystem, Otari, entre outros) e pelo produtor paulista André Corradi (que tocou em bandas como O Surto). Marcelo canta e faz as letras, André responsabiliza-se pelos instrumentos.
- O disco, diz Marcelo, “apresenta uma mirada crítica ainda mais pesada sobre o mundo que vivemos hoje, e sua liberdade fictícia, destinada apenas aos que a podem comprar”, conta. “A nossa conclusão é que a humanidade falhou, miseravelmente, e ao fim e ao cabo, se seguimos como estamos, é melhor deixar esse mundo para outras espécie”.
Punk, hardcore, grindcore, doom e stoner – e tudo o que há de mais pesado – batem ponto no disco do Cipó Fogo. O EP da banda, com apenas cinco faixas e 16 minutos chega a ser conceitual, já que fala basicamente de anti-capitalismo e de visões aterradoras de um mundo em que nada deu certo, e as pessoas só empurram umas as outras para o abismo. A falta de liberdade pregada no nome do disco (“nascido escravizado”, em português) é o nosso dia a dia, com tudo do bom e do melhor restrito apenas a quem pode pagar por isso.
O material do disco vem cantado em três idiomas (inglês, português e espanhol) e varia do thrash de Born enslaved e Pequenas opressiones diarias ao tom mais lento, próximo do doom metal (ou da fase Antichrist superstar, de Marilyn Manson), de Made of stars. Já Distopia é uma unidade de destruição, com vocais guturais e pancadas rápidas na bateria. Fail, com qualidade de gravação de demo, se comparada ao resto do EP, vai do hardcore ao grind em minutos, encerrando o disco.
Nota: 7,5
Gravadora: Independente