Crítica

Ouvimos: BNegão, “Metamorfoses, riddims e afins”

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Pela primeira vez em sua carreira repleta de bandas, projetos e feats, BNegão lança um disco solo. Nem tudo em Metamorfoses, riddims e afins é novidade, e em alguns casos isso acaba sendo bom negócio tanto para o cantor quanto para seus fãs. A versão “curimba riddim” de Sorriso aberto (samba imortalizado por Jovelina Pérola Negra) tinha saído só num CD do Digital Dubs, Brasil riddims vol. 1 (2006), e retorna aqui.

Justamente por Metamorfoses ser um disco aguardado há bastante tempo (notinhas sobre o álbum solo do integrante do Planet Hemp começaram a sair lá por 2021), algumas músicas já haviam sido lançadas em singles. O ska-folk Injustiça, lançado em single em 2019, aparece nas duas versões já conhecidas: a instrumental com participação do baixista Bruno Pederneiras e a cantada, com participação de Maxado (Firebug, Peixoto & Maxado) e letra crítica e irônica. BNegão não esqueceu de incluir também as já conhecidas versões de Cérebros atômicos, dos Ratos de Porão (com Paulão King, cantor da banda de BNegão, Seletores de Frequência) e O sósia, original do grupo paulistano Moleque de Rua (lembra do quase-hit Herodes?).

Essas canções soam como bônus, ou como um outro lado bem diferente do disco. Isso porque Metamorfoses é marcado pelas referências de sons afro-latinos e caribenhos. Essas mesclas surgem em faixas como Tudo no esquema (Pensamento libertário), que abre como ska-samba-rock, e traz BNegão soltando a voz só lá pela metade. Ou a marítima Canto da sereia (Oswaldo Nunes), marcada por guitarras e percussões em clima de dub. Essa é pra tocar no (Heavy) Baile é a versão feita pelo coletivo Heavy Baile do hit Essa é pra tocar no baile, num ritmo bem mais frenético que o original.

A verdadeira dança do patinho, hit de 2003, volta em clima arábico e com letra atualizada (a referência à ONU dançou e entrou a Fiesp, por exemplo). Valeu (em parte) a espera, ainda que Metamorfoses pudesse ter mais sons inéditos.

Nota: 7
Gravadora: Independente.
Lançamento: 15 de novembro de 2024.

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