Crítica
Ouvimos: Azul Delírio, “Delírio nº V” (EP)
- Delírio nº V é o primeiro EP da banda Azul Delírio, formada por Anna Gerber (voz), Níccolo (voz e guitarra), Yan Lemos (voz e guitarra), Lucas Pot Vautier (voz, bateria e teclas) e Raphael Machado (baixo e voz). O disco foi gravado ainda com o baixista Vinicius Vianna na formação – ele se desligou depois do show de estreia do grupo, em agosto, e Raphael entrou em seu lugar.
- Níccolo e Yan iniciaram o trabalho com a ideia de dar vazão às suas composições mais pop. O nome da banda só surgiu quando o quinteto já estava formado.
O EP de estreia do Azul Delírio é impressionante, pelas composições e pelo cuidado das gravações de vocais – que lembram grupos brasileiros dos anos 1970/1980, como Quinteto Ternura e até 14 Bis e Céu da Boca. A diferença é a sonoridade da banda, mais voltada para o power pop e para uma mescla de sons que inclui Paralamas do Sucesso (Pra continuar tem um clima bem parecido com o das composições de Herbert Vianna) e até um pouco de hard rock.
A faixa de abertura Inevitável manhã se destaca no disco, abrindo em clima ruidoso, com guitarra, baixo, bateria e vocais em coral tomando a frente, e prosseguindo pela marcação rocker que chega a lembrar a sonoridade dos discos dos anos 1990 de Rita Lee – cabendo espaço para uma letra positiva e psicodélica. Soturno, com vocal solo feminino, prossegue do power pop ao emocore. Sem você (Entre o céu e o chão) localiza-se entre o rock dos anos 1990 e o country. Gravar em mim, uma balada, encerra o EP em clima leve, com um piano que lembra Elton John na abertura. Um disco curto – afinal, é um EP de 19 minutos – e que dá vontade de esperar por um álbum.
Nota: 9
Gravadora: Independente
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