Cultura Pop

Os recortes de papel de Hans Christian Andersen

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“Nos papercuts de Andersen você vê
Sua poesia!
Uma mistura de tesouros divertidos
Tudo feito com uma tesoura”

Isso aí é o escritor Hans Christian Andersen (aquele mesmo, de contos como O patinho feio e A pequena vendedora de fósforos, e das histórias de fadas) definindo seu hábito de fazer recortes de papel, com os quais presenteava amigos. Dizem que Charles Dickens ganhou alguns deles. Sobraram cerca de mil desses papercuts. Alguns deles foram feitos por volta de 1830 e dados a um sujeito chamado Otto Zinck. Num deles, Andersen fez seu próprio retrato, com um regimento de soldados “saindo” de sua boca. Em outro, várias criaturas dançam ao redor da sua cabeça.

O detalhismo de Andersen era tão imenso que ele chegou a recortar cenários de teatro, com palcos completos e presença de bailarinos. Fez também um palácio oriental de cor vermelha, com várias janelas, portas e pináculos.

A noção, digamos, cenográfica de Andersen ao fazer esses recortes era realmente impressionante. No desenho abaixo, catalogado sob o nome Dance under trees, tem duas bailarinas (aparentemente, era uma mania do escritor) sob duas copas de árvores de aparência ameaçadora.

Esse hábito de recortar e colar, o escritor tinha herdado do pai, um sapateiro que apresentou várias histórias ao filho e que, por força da profissão, era extremamente hábil com recortes. Na hora de criar um recorte desses, Andersen apenas dobrava o papel e saía cortando – não costumava fazer rascunhos. O escritor estava sempre com uma tesoura no bolso e costumava fazer recortes em suas viagens. Numa dessas, se deu mal: numa viagem à ilha de Funes, quando estava numa carruagem, a tesoura escorregou do seu bolso. Andersen havia tido a inacreditável ideia de colocar o objeto em seu bolso de trás. Precisou interromper a viagem e ir ao hospital enfaixar o traseiro.

O dinamarquês Andersen escreveu contos infantis até 1872, ano em que caiu da própria cama e, por conta da queda, ficou gravemente ferido – acabou morrendo três anos depois, aos 70 anos. Também fez diversos romances adultos e até uma autobiografia. Em 1866 fez Uma visita a Portugal, sobre sua estadia no país.

Confira mais recortes aí embaixo.

Via Biblioteca Real da Dinamarca e Ana Resende

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