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“Olho de peixe”, disco de Lenine e Marcos Suzano, volta em vinil e nas plataformas

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Disco responsável por trazer Lenine de volta ao mainstream e por apresentar o percussionista Marcos Suzano a um público maior, Olho de peixe (1993), feito em dupla pelos dois, chega nesta semana remasterizado às plataformas digitais. O projeto, que celebra os 30 anos do álbum, inclui o lançamento de um songbook inédito, assinado pelo músico Yuri Pimentel, em junho, além de edição limitada em vinil pelo Noize Record Club, disponível para aquisição até o dia 9 de junho, com entrega prevista para setembro. O disco havia sido lançado originalmente apenas em CD pela gravadora Velas (criada por Ivan Lins e Victor Martins) e, diz Lenine, é o disco mais importante de sua história. “Foi com ele que eu descobri que a música poderia me levar a qualquer lugar”, afirmou.

“Eu tenho muito orgulho do disco, de como foi feito, do processo todo, da maneira como dividimos duas coisas aparentemente tão antagônicas. Ele como percussionista foi um harmonizador e eu, como harmonia, fui um percussionista no violão. Isso deu uma dicotomia muito benéfica pra gente: era como se fosse um jogo de capoeira. Suzano como percussionista harmonizou o disco e eu, que sou da harmonia, do violão, percurssivei, se isso é possível”, diz hoje Lenine.

Quem ouviu Olho de peixe deparou com uma sonoridade nova, em que Suzano simplesmente transformava a percussão numa bateria completa, e em que Lenine unia células de soul, samba e música nordestina. Faixas como Acredite ou não e Leão do Norte marcaram época, e ajudaram a recriar a MPB em plena era grunge. “Cada vez mais eu enxergo a influência desse trabalho reverberando até os dias atuais. É impressionante a quantidade de músicos da nova geração, de 20 e poucos anos, de 30 anos, que tem o Olho de peixe como divisor de águas, como farol, sabe?”, diz Marcos Suzano.

O disco teve uma elaboração marcada pela despretensão: foi gravado em apenas quatro semanas, com produção de Denilson Santos. O selo Velas, que havia sido criado especialmente para divulgar a obra do violonista e compositor Guinga, já era conhecido na época, e repercutia bem na crítica, o que facilitou. O resultado foi um disco que acabou ensinando Lenine a produzir discos.

“O meu filtro como compositor é completamente diferente do filtro que tenho como intérprete, como cantor e músico. Parte do que eu produzo não é para mim e Olho de peixe foi minha redenção como intérprete. Eu entendi que podia cantar um tipo de música. Mais do que qualquer coisa, eu me transformei em um artesão sonoro. Esse foi meu pontapé inicial como produtor, a partir de Olho de peixe passei a produzir meus discos, tive autonomia de produzir com o meu filtro. Eu não queria agradar ninguém a não ser eu mesmo e quem estava próximo de mim”.

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