Cultura Pop

O Vídeo Show em 1987 explicando essa tal de new age music

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Agora imagina isso no É de casa? Ou no Mais você? Em 1987, no Vídeo show, a Globo decidiu contar a história torta de um gênero musical que era tudo, menos um gênero musical formal. Mas que vinha ficando famoso e ganhando páginas de jornais, revistas de música e virando estilo de vida para uma turma pós-hippie. Aliás, numa década que nada tinha a ver com o hippismo. Enfim, contaram a história da new age music.

Nos anos 1980, quando a televisão mainstream decidia mergulhar em qualquer estilo que não fosse a MPB ou a música bastante popular do Brasil, rolavam vários erros e problemas. Além de um certo moralismo na hora de mexer em certos temas. Bom, sabe-se lá o que os redatores da Globo andaram tomando, mas a matéria é uma introdução bem interessante ao tema, começando na era hippie e nos valores da-paz-e-do-amor (com imagens generosas de gente apertando baseados).

A parte new age da reportagem inicia com as gravações do violonista William Ackerman, criador do selo Windham Hill – QG do som eletroacústico e relaxante. E com as aparições de músicos como o violonista Michael Hedges. Além do pianista George Winston, tido como “o mistério da new age” por não mostrar seu rosto nem nos clipes (peraí, o que mais tem é foto dele na internet).

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A new age era um estilo, na real, bem antigo: já vinha dos anos 1960, havia tido um hit que geralmente é mais associado ao art rock (Tubular bells, de Mike Oldfield, lançado em 1973) e não necessariamente representava um gênero, mas uma pacoteira de música (cabendo teclados, violões, uniões estilísticas étnicas) e comportamento (preocupações com a tal “nova era”, espiritualidade). Deu certo enquanto tinha que dar, antes de ficar um tanto estigmatizada. Mas no comecinho, cunhou a expressão multiuso “da nova era” para definir qualquer coisa com ar mais ou menos inovador ou “cabeça” (gíria típica dos anos 1980) que aparecesse pela frente.

E claro que um dos nomes citados no vídeo é o francês Jean Michel Jarre, uma espécie de popstar da new age, com shows mirabolantes e exibição de teclados e efeitos eletrônicos em clipes. Naquele mesmo ano, o Grammy (olha!) tinha instituído a categoria Melhor Álbum New Age. Quem levou aquele prêmio para casa foi o harpista suíço Andreas Vollenweider, sucesso com o álbum Down to the moon (1986). Por sinal, a new age tinha algo mais a ver com o grunge do que as letras “g” e “e” no final: seus artistas, assim como os de Seattle, detestavam o rótulo. Alguns diziam que aquilo era só besteira para unir vários artistas num saco de gatos, etc.

Seja como for, tá aí a matéria.

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