Cultura Pop
O single “punk” do Aleister Crowley
Faz um tempinho, o designer John Coulthart (o mesmo que criou capinhas para uma caixa imaginária dos primeiros anos do Kraftwerk) descobriu nos seus guardados um single independente, lançado em 1976. E que traz a… voz de ninguém menos que o ocultista britânico Aleister Crowley.
Não que seja raro achar discos com a voz de Crowley (chegaram a sair vinis e CDs com o ocultista narrando os escritos dele). Aliás, as mesmas gravações do lado A do single, La gitana e Pentagram, saíram dez anos depois num vinil chamado The Hastings archives/The world as power.
Só que o charme do compacto, no entanto, vem de: 1) ter sido lançado por um selo obscuro chamado Marabo; 2) ter um pino com centro removível, como se fosse um compacto para jukebox; 3) uma faixa a mais, chamada Scarlet woman, gravada por um grupo chamado Chakra.
>> Veja também no POP FANTASMA: Aquela vez em que (dizem) Jimmy Page ficou puto com Eddie and The Hot Rods
Sobretudo por causa dessa terceira faixa e pelo aspecto “faça você mesmo” do disco, tem colecionadores que chamam esse disquinho aí de “o single punk de Crowley”. O selo Marabo vinha de alguns poucos lançamentos em single. O Chakra, grupo ao qual a música era creditada, era o spin off de uma banda chamada Pandamonium, liderada pela dupla de compositores e cantores Bob Ponton e Martin Curtis.
Aliás, essa dupla chegou a gravar um single pela CBS em 1968 com Chocolate buster Dan e Fly with me forever. Depois teve uma formação de banda de verdade, Rusty Baker (baixo), John Basset (bateria), Bob Ponton (guitarra e voz) e Sabine Van Dessel (voz).
https://www.youtube.com/watch?v=fHcOU6lPG84
A tal Scarlet woman foi gravada por Ponton (guitarra), Lee Martin (bateria), “com Kenneth Grant (executor e herdeiro espiritual de Aleister Crowley) fazendo o encantamento”, contou Ponton aqui. “Acho que Lee Abbott estava no baixo e Rick Wakeman (eu acho!) no piano. Também há algumas bruxas no fundo. Jimmy Page comprou centenas de cópias de nós”.