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O dream pop do Monte Imerso, novamente ao vivo
Vindo do bairro do Monte Castelo, em Teresina (PI), o Monte Imerso faz dream pop, começou a tocar em 2019 e já tem dois EPs, Dança da cidade melancólica e a versão de remixes do mesmo disco. Têm também um EP ao vivo gravado no Marthe Festival de 2020 e agora lançam um EP de três faixas gravado ao vivo na versão online do mesmo festival, o Marthe Sessions, com duas inéditas, Síndrome do amanhecer e No instante em que percebi, e a versão para Um tempo no tempo, do projeto Duben.
O grupo tem na formação Davi Abel (voz, guitarra), Zacarias Seriano (voz, guitarra), Flávio Lopes (bateria) e Rafael Marques (baixo), além de Pedro Ben, do projeto Duben, que está ao lado da banda desde o começo e fez os synths da gravação nova ao vivo. Para o EP, chegaram a tentar buscar um clima parecido com os dos ensaios que costuma fazer pela manha, já que a própria gravação rolou nos mesmos horários em que costumam ensaiar.
Batemos um papo com o Monte Imerso no Pop Fantasma. Conheça a banda:
Como surgiu o nome Monte Imerso e qual a relação com o nome do bairro de vocês?
Jean Sousa: A banda era pra ser só Imerso, remetendo que éramos “imersos no som”, ora psicodélico, ora progressivo, ora grooveado que queríamos fazer. Mas já existia uma banda chamada Imerso. Então colocamos Monte no Imerso como uma forma de homenagear o bairro Monte Castelo, que era onde localizava a casa da casa dos pais do Davi Abel e Pedro Ben, nosso QG de ensaios, reuniões, encontros, etc
Tem uma onda bem post-rock no som de vocês, mas ainda há outras influências – músicas como “Dança da calma duradoura” têm uma onda até meio jazz em alguns momentos. O que vocês ouvem mais e o que mais influenciou a banda musicalmente?
Jean Sousa: Bem, a banda tem um monte de influências (risos). Eu entrei na banda colocando influências sessentista e setentista, como Black Sabbath, Led Zeppelin e Jimi Hendrix Experience; e de bandas contemporâneas como Mars Volta e Portugal The Man. Depois que entramos numa fase mais chill & clean em 2021, passei a por influências do Connan Mockasin, Mac DeMarco, Unknown Mortal Orchestra e algumas coisas de neojazz, como Neil Cowley Trio.
Davi Abel: Influência é uma pergunta estranha de responder, porque é algo muito complexo e que dificilmente conseguiria sintetizar bem em algo. Acho que minha realidade familiar e as amizades que costumo fazer são as coisas que mais me influenciam. Das coisas que ouvimos é um mesclado grande, Algo “sujo” como Unknown Mortal Orchestra pesou muito no último EP Dança da cidade melancólica.
Como foi a experiência de gravar um EP ao vivo e quais foram os cuidados tomados para apresentar as músicas no disco?
Davi Abel: Gravar ao vivo sempre é uma experiência mais gostosa, deixar a espontaneidade participar de uma música deixa ela rica de um jeito massa e surpreendente até mesmo pra gente que criou. Nosso principal cuidado sempre é fazer que soe bem, seja no sentido técnico como no sentido estético, fazer algo que chegue próximo da nossa definição estética.
No projeto Marthe Sessions rolaram duas inéditas. Como foi a escolha por elas?
Davi Abel: A primeira foi bem óbvia, porque é uma música que nasceu ao vivo e sempre soará melhor ao vivo. Faz parte da essência dela. A segunda era uma música de 2019 que estávamos devendo para lançar já faz um tempo. Já a versão da música do Duben foi uma demanda que acabou encaixando muito bem, e soou da nossa forma.
Tem mais algum EP ou álbum para sair neste ano? Como estão os planos para 2022, esse ano que praticamente ainda não começou para muita gente?
Jean Sousa: Bom, tem novidades saindo e tem uma conversa que tive com o Davi pra pegar as músicas que eu costumava gravar nos ensaios em 2020, 2021 e 2022 (que tem músicas novas) pra lançar uma espécie de demo de ensaios no SoundCloud. Eu resolvi dar um tempo nos plays com a Monte Imerso, mesmo sentindo uma puta de uma saudade imensa, mas o momento pessoal não está propício. Espero que essa fase passe e eu possa fazer um play de duas baterias com o @Flávio, um grande brother e colaborador da banda.
Davi Abel: Temos um álbum praticamente pronto pra sair esse ano, com inéditas do Zac que fizemos em 2019. Mas está sendo um tempo difícil pra gente, talvez pra qualquer artista, estamos levando o nosso tempo para se recuperar desses últimos anos sombrios.