Cultura Pop

O disco anti-cáries (!) de Muhammad Ali

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Morto no ano passado, o lutador Muhammad Ali fez um pouco de tudo. Gravou até um disco de pequenos esquetes e discursos em 1963 pela Columbia, ainda com seu nome verdadeiro, Cassius Clay. Em 1976 topou emprestar sua imagem para uma campanha da St. John’s Fruit And Vegetable Co. para as crianças – que o idolatravam – deixarem os doces arromba-cárie de lado e passarem a comer mais frutas.

Daí saiu o LP “The adventures of Ali and His Gang vs. Mr. Tooth Decay”, vendido por módicos US$ 2,98 pela empresa – esse da capa aí de cima. Infelizmente ninguém lembrou de colocar o álbum inteiro no YouTube, mas a música-tema do álbum, que depois saiu em compacto, tá disponível para quem quiser ouvir. Olha aí.

Além da musiquinha, Ali podia ser ouvindo discursando sobre cárie e aconselhando a molecada a comer menos doce e escovar os dentinhos. O disco ainda tem participações de cantores como Richie Havens e Frank Sinatra e uma narração do jornalista esportivo de TV Howard Cosell. Cosell era amigo de Muhammad e em 1982, alguns anos depois do álbum, fez denúncias na imprensa sobre roubalheiras e lutas desiguais no ringue – por acaso no mesmo ano em que o amigo abandonava o esporte.

Bom, o LP de Muhammad foi indicado ao Grammy na categoria disco infantil (perdeu para um álbum da Vila Sésamo, diga-se), vendeu bem e, ok, o POP FANTASMA não é o primeiro site a comentar a respeito dele. A Rolling Stone classificou recentemente o disco como “bizarro”, mas reconheceu que ele tem momentos musicais interessantes e que se aproxima dos filmes de Blaxploitation nas narrações. Também reparou que um dos brothers do vilão Mr. Tooth Decay, Sugar Cuber, tem seu nome pronunciado como “Sugar Cuba” em vários momentos. A Vice fez uma espécie de análise política do disco. O youtubber Pablo Peixoto, do canal Qu4trocoisas, o incluiu entre a memorabília de Muhammad num vídeo dedicado a curiosidades sobre o astro do boxe. E um colecionador de discos chamado Frank La Rosa explica em seu site que depois de ouvir o disco “uma coisa é certa, nunca mais vou olhar para uma taça de sorvete do mesmo jeito”.

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