Cultura Pop
O dia em que o Phoenix fez a turma do Saturday Night Live arrancar os cabelos
Sabe aquele e-mail anônimo que você recebeu uma vez, anunciando que havia ganhado uma herança? Ou aquela corrente que chegou na sua caixa e que você deixou pra lá? A reação de Deck D’Arcy, baixista da banda francesa Phoenix, ao receber um e-mail solicitando uma aparição do grupo em 2009 no Saturday night live não foi muito diferente da sua nessas duas ocasiões.
Na época, desconhecidos no mercado americano e lançando um disco que marcaria sua carreira, Wolfgang Amadeus Phoenix (o do hit Lisztomania), o grupo estava prestes a se apresentar no programa, porque Daniel Glass, presidente da gravadora do grupo, tinha encontrado com Marci Klein, da produção da atração, durante uma viagem de férias.
O problema é que o ritmo do grupo não se ajustou muito ao clima frenético da atração. Para começar, Daniel, que em fevereiro de 2009 recebeu um convite pára estar com a banda no programa em abril, achou que seria em abril de 2010. Não, a banda precisaria estar lá em seis semanas. O homem de gravadora só engoliu em seco e soltou um: “Eles estarão lá”. Já Deck deparou com o tal e-mail convidando a banda e limitou-se a achar que fosse spam.
Essa e outras histórias estão no livro Liberté, equalité, Phoenix!, escrito pela própria banda, e que saiu há pouco. O grupo entrou numa correria brutal para arrumar vistos e ir ao programa, mas os integrantes admitem que à exceção de Thomas Mars, o vocalista, ninguém estava tão entusiasmado assim – mesmo que o SNL tivesse audiência pra caramba e pudesse representar a mudança na carreira do quarteto. O grupo, nas palavras de D’Arcy, estava “fazendo testes beta na frente de 10 milhões de americanos” e não estava pronto para isso.
Nervosismo instaurado, para piorar, a banda se assustou com os vários ensaios para aparecer na atração. O produtor do SNL, Lorne Michaels, chegou a reclamar com Glass e a o Phoenix: “O que há de errado? Essa não é a banda que eu contratei!”, reclamou. “Todos estavam assustados com o fato de termos uma performance ruim. Os americanos curtem aparecer, ‘jogam’ para a câmera, eles fingem. E nós éramos meio austeros”, contou o guitarrista Christian Mazzalai, que precisou tocar mais duas músicas da banda sem que houvesse tempo para ensaio.
Do jeito que estava, a aparição do Phoenix foi ao ar e o disco novo acabou se tornando uma sensação. Agora, foi tão ruim assim?
Via Pitchfork