Cultura Pop

Noel: a diva disco loura produzida pelos Sparks

Published

on

Nada a ver com os irmãos Gallagher ou com aquele cantor de freestyle que liderou as paradas no fim dos anos 1980 cantando Silent morning. A Noel em questão é uma cantora e modelo americana que foi contratada pela Virgin lá pelo finalzinho dos anos 1970. E que foi lançada pela gravadora com uma propaganda bem esquisita (e que daria merda hoje) afirmando que “ela faz John Travolta se parecer com o King Kong e Olivia Newton-John soar como um silencioso com defeito”.

Noel (ou melhor, Patricia A. Noel) surgiu no mercado no finalzinho da onda disco e em plena mania do synthpop. Tanto que o som dela merece mais aquela definição de electro-disco, que abarca artistas que abusam do uso de sintetizadores, vocoders e efeitos de estúdio. Pouco se sabe sobre a vida dela hoje em dia (a identidade dela nunca foi revelada além do necessário e ela deu relativamente poucas entrevistas). O primeiro single foi esse aí, Dancing is dangerous (1979).

O essencial: ela foi produzida e lançada pelos irmãos Russel Mael e Ron Mael, dos Sparks, no curto período em que eles foram contratados pela Virgin e lançaram discos como Nº1 in heaven (1979) por lá. O material cantado por ela também era de autoria deles. Por aí já dá pra entender a mistura de “coisa pop” e excentricidade que envolve a imagem e o som de Noel. Apesar de ser considerada uma cantora de disco music, ela tinha uma essência meio punk (esse texto do blog Disco Delivery compara a cantora com uma espécie de Courtney Love das pistas). Bem como o som dela pode ser considerado uma (vá lá) resposta da dupla de irmãos às produções de Giorgio Moroder – que, por sinal, andava produzindo os Sparks naquele momento.

Esse aí é o lado B de Dancing is dangerous, I want a man. O single, ao que consta, foi lançado primeiro na Alemanha e não chegou a fazer muito sucesso.

A carreira de Noel (ou Noël, ou Nöel, a grafia costumava variar) não durou muito, mas ela acabou lançando até um LP inteiro pela Virgin. Is there more in life than dancing? saiu em agosto de 1979, por acaso pouco depois daquele espetáculo de insanidade chamado Disco Demolition Night. Como acontecia no auge da disco music, era um álbum de apenas cinco canções enormes, naquelas versões extensas para as pistas. Dancing is dangerous tinha nove minutos e uns quebrados, The night they invented love idem. O LP está fora das plataformas digitais e só está “oficialmente” disponível no YouTube, com uns bônus.

Depois disso, ela tentou voltar como vocalista de um grupo chamado The Red Wedge – por sinal, outro homônimo, já que existiu um grupo musical politizadíssimo montado pelo cantor Billy Bragg com o mesmo nome. Esse grupo, denominado Noel & The Red Wedge, lançou apenas um disco, Peer pressure (1982) pelo selo americano Scotti Bros, com uma sonoridade mais new wave do que a iniciativa dançante da cantora. O mais louco é que realmente há poucas notícias sobre Noel e quase não se sabe nada dela até hoje.

Trending

Sair da versão mobile