Cultura Pop

Never mind the S*x P*stols, here’s the bollocks: o disco!

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Discos sacaneando os Sex Pistols sempre foram comuns (já falamos sobre dois deles, inclusive, aqui mesmo no Pop Fantasma). Nesse esquema, não dá para deixar escapar um disco que inverte a ordem do título e se chama Never mind the S*x P*stols, here’s the bollocks. Esse álbum existe de verdade e saiu em 2006.

Bom, o disco não é exatamente uma paródia dos Pistols. Here’s the bollocks conta outra história: a de Miles Copeland, futuro empresário do The Police e dono do selo I.R.S., quando montou o selo Illegal Records. A Illegal surgiu em 1977, lançou o primeiro single do The Police (Fall out) e dividiu-se em dois selinhos, um deles obscuro e o outro bastante conhecido.

A Deptford Fun City (o tal selo obscuro) foi responsável por colocar nas lojas duas bandas da região de Deptford, em Londres: nada menos que o Squeeze (opa, temos um podcast sobre eles) e o Alternative TV (nada menos que a banda de Mark Perry, fundador do zine punk Sniffin’ glue). Mas foi um selinho que não durou muito nem estourou hits. O Step Forward, por sua vez, lançou bandas como Chelsea (embrião do Generation X), The Cortinas (o grupo do hit Fascist dictator) e até mesmo The Fall (gravou os primeiros álbuns por lá). E tornou-se mais popular.

Ambas as faces do Illegal estão cobertas pelo disco, que é uma coletânea com 14 faixas desse período. Tem The Cortinas com outro hit, Rouch rumble, o Squeeze com suas duas primeiras faixas (I don’t wanna é uma delas), o Sham 69 com Stuck on you, o Alternative TV com Reality e até mesmo o lendário produtor Kim Fowley com Copenhague. Tem também Wayne County & the Electric Chairs, banda que ajudou Miles a acreditar no punk rock quando o executivo viu o grupo se apresentar para 70 mil pessoas.

Houve outros selos na vida de Miles, como o Faulty, de Los Angeles, especializado em punk. E depois veio a I.R.S, gravadora que deixou Billy Zoom, guitarrista da banda punk X, assustado: por causa do nome do selo, tirado da agência da receita federal americana, o músico disse que jamais assinaria “com um selo ligado à CIA”. Curiosamente, o pai de Miles foi agente da central americana, e Miles chegou a pensar em se candidatar ao cargo, mas desistiu por não se sentir à vontade de lidar com política.

Depois saiu um volume 2 da série, contando com faixas de Sham 69, Cortinas, Squeeze e até uma música do único álbum solo de Mark Perry, do Alternative TV, Snappy turns (1980) – por sinal, este último, mais um disco do Deptford Fun City.

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