Destaque

Nash The Slash: rock eletrônico malucão

Published

on

“Nash the Slash é o tipo de artista de abertura que faz o artista principal trabalhar em dobro”, contou certa vez Lester Bangs. O multiinstrumentista – mais conhecido por tocar violino elétrico, mandolim, teclados e gaita – deu trabalho certa a vez a ninguém menos que Iggy Pop. Abriu os shows de uma turnê do Iguana de 1982, pouco após o cantor citá-lo na letra de Eggs on Plate, do disco Party (1981). Mas também foi o ato de abertura de nomes como The Police, The Who e vários outros. Chamava a atenção não apenas pela qualidade musical como pelo visual maluco: chapéu, óculos e uma gaze (!) cobrindo todo o rosto.

O canadense Nash se chamava Jeff Plewman e tinha nascido em 1948 – informações que manteve na encolha por um bom tempo. Sua carreira começou em 1975, e ele passou uns bons quatro anos mostrando o rosto para a plateia sem disfarces. Só adotou as gazes quando, em 1979, fez uma performance cujo tema era o desastre nuclear da usina norte-americana de Three Mile Island.

Um dos mais memoráveis serviços que Nash fez mostrando a cara para o público foi tocar mandolim e violino no grupo progressivo FM, entre 1976 e 1977. Olha ele aí, de chapéu e óculos escuros, na TV canadense.

https://www.youtube.com/watch?v=KWNAp7DYFVE

Nash foi pioneiro na mescla de rock e música eletrônica. Seu primeiro EP solo, Bedside companion (1978), usava bateria eletrônica numa época em que, por lei, esse tipo de aparelho não podia ser usado no Canadá – o estatuto local dos músicos entendia que drum machine tirava trabalho de bateristas de carne e osso. Para escoar sua produção, montou naquele mesmo ano o selo Cut Throat, mesmo nome de seu estúdio. Além dos seus próprios discos, lançou uma ou outra coisa de bandas locais de Toronto, como o Drastic Measures.

Ainda sobre Iggy Pop e Nash The Slash: em 1982 a dupla apareceu no programa de TV canadense FM Moving Pictures e falou sobre college radios, sobre a conquista do mundo e sobre poses bizarras no palco.

Em 2012, Nash anunciou sua aposentadoria. Disse não estar mais a fim de fazer shows e que seu som excêntrico não encontrava mais lugar no mercado. Em 2014, morreu de ataque cardíaco. Nomes como Gary Numan postaram em redes sociais sobre o impacto que a obra de Nash teve em suas vidas. “Ele era o performer com apresentações mais únicas em todo o mundo”, contou no Twitter.

E uma novidade para os fãs é que está sendo produzido um documentário sobre Jack. And you thought you were normal sai em breve e conta a história e a vida pessoal do músico. Olha os trailers que já estão prontos.

Trending

Sair da versão mobile