Cinema

Mulheres do punk no Reino Unido, em documentário

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Se você só tiver tempo de ver UM filme sobre música em algum momento do dia de hoje, veja este. She’s a punk rocker UK é um filme ultra-hiper-independente, dirigido durante vários anos por Zillah Minx, a vocalista do grupo gótico-anarco-punk Rubella Ballet, e que conta a história do punk feito por mulheres no Reino Unido. Entre as fontes, tem gente muito conhecida, como Poly Styrene (X-Ray Spex) e Eve Libertine (Crass).

No filme, dá pra ver também os depoimentos de nomes como Caroline Coon, que durante um tempinho foi empresária do Clash e trabalhou com a banda num especial período de confusão – quando a banda ainda era um incompreendido nome da CBS britânica que não conseguia estourar nos Estados Unidos de jeito nenhum (opa, fizemos um podcast sobre isso).

Um depoimento interessante é o de Mary, uma punk veterana que trabalhou por uns tempos como segurança de Poly Styrene, cantora do X-Ray Spex. Tanto ela quanto Poly lembram que o  público dos shows era meio violento em alguns lugares – com “fãs” jogando cerveja e cuspindo na plateia para demonstrar que estavam gostando da apresentação (era comum). Logo no começo do documentário, entrevistadas como Rachel Minx (também do Rubella Ballet) contam que nem tinham uma ideia exata de que elas eram punks quando começaram a adotar o visual típico do estilo – roupas rasgadas, maquiagem, reaproveitamento de peças usadas. Em vários casos, a ideia era se vestir diferente porque todas começaram a produzir suas próprias roupas – e a moda se refletia na música, nas letras e no comportamento.

A própria Zillah é uma figura importante e pouco citada do estilo musical, e viveu o estilo de vida punk antes mesmo dos Sex Pistols começarem a fazer sucesso. O filme dela  foi feito inicialmente com uma câmera emprestada e precisou passar por vários processos de edição durante vários anos. Apoiando o Patreon do projeto, aliás, você consegue ter acesso às integras de todas as entrevistas.

Ela disse nesse papo aqui que foi aprendendo a fazer tudo sozinha, sem nenhum financiamento, com a ideia de responder algumas perguntas sobre a presença feminina no punk britânico. “Ser punk era perigoso, então por que tantas mulheres se tornaram punks? Foi apenas sobre vestir-se escandalosamente? Essas mulheres punk foram tratadas como membros iguais da subcultura e como foram tratadas pelo resto da sociedade? Como ser uma mulher punk afetou suas vidas? A mulher punk influenciou diretamente as atitudes da sociedade em relação às mulheres de hoje?”, disse.

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