Crítica
Ouvimos: Mild Horses – “Grime’s graves” (EP)
RESENHA: Mild Horses investe no krautrock ruidoso e eletrônico no EP Grime’s graves, com jazz, pop e progressivo.
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Matthew Leuw, o sujeito por trás do Mild Horses, é um músico britânico que trabalhou em projetos musicais definidos como noise-pop, art punk e lo-fi electro-pop. A área dele é a do ruído e das referências tão eletrônicas quanto perturbadoras – tanto que estilos como krautrock são citados como referências nesse Grime’s graves, EP que aponta para uma estileira kraftwerkiana, esparsa e frenética, e até para um certo lado progressivo, ainda que bastante dosado.
Mingus, Dingus, na abertura, tem algo de jazz na percussão (lembrando uma marimba) e muito de rock alemão setentista na argamassa – por sinal, esse clima jazz-eletrônico é uma constante nas quatro faixas do EP. YDKWYD é o lado quase pop do disco, com teclados cintilando e efeitos de cordas. Give me some time parece um britpop transformado em krautrock, com cordas, teclados voando e partículas rítmicas de reggae – e a música vai se tornando mais ruidosa na medida em que avança.
A faixa-título é a que soa mais progressiva, com batida marcial, baixo estilingando e sensação de vento varrendo tudo e tomando conta – como na trilha de um filme tão experimental quanto as músicas.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8
Gravadora: Independente
Lançamento: 9 de maio de 2025