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Mike Gale: folk psicodélico em “Thanks for always waving”
Curto (29 minutos) e com onze faixas trafegando entre o folk e a psicodelia, o disco novo do cantor britânico Mike Gale se chama Thanks for always waving. Multiinstrumentista influenciado por Tall Dwarfs, Pavement, Lemonheads (sua primeira grande referência) e The Clean, Gale é totalmente ligado ao “faça você mesmo”, tanto que produziu, gravou e mixou todo o álbum em seu estúdio caseiro. O resultado lembra uma espécie de releitura dreampop e lo-fi do som de Donovan e Bob Dylan, em canções belas e nostálgicas como Summer be gone e Old man in the universe. Já I enjoy my existence tem clima de canção de despedida e riff intermitente de guitarra
“Eu queria voltar um pouco ao básico com este disco – músicas pop simples com um toque suave e despojado. Fui muito inspirado por uma das minhas bandas favoritas, Tall Dwarfs, no uso de percussão caseira para ritmo e na ideia de que você não precisa de um som de bateria tradicional para fazer uma música groove. Liricamente, o álbum é principalmente sobre tentar manter uma perspectiva positiva e ser geralmente grato pelo que você tem, apesar do mundo parecer um lugar terrível na maior parte do tempo”, conta. O álbum tem masterização de Todd Tobias (Guided By Voices, Circus Devils).
O nome do disco tem origem num passatempo de Gale. “Vem do meu amor por um canal do YouTube chamado Solo Travel Japan, que é basicamente um cara fazendo viagens noturnas de balsa para muitas ilhas japonesas. Uma das coisas que ele diz ao sair do porto é ‘obrigado por estar sempre acenando’ e pegou”, diz. Você pode não ter ouvido falar de Gale – que, de fato, não é conhecido no Brasil – mas Thanks for always waving é o vigésimo álbum dele em 20 anos. E o décimo-segundo álbum lançado com seu próprio nome (ele usava os nomes Co-Pilgrim e Black Nielson, antes).
Foto: Mike Gale/Divulgação