Crítica
Ouvimos: Mark Wilkinson – “Wild and hunted things”
RESENHA: Em Wild and hunted things, Mark Wilkinson investe em folk minimalista e melancólico, mas só brilha quando ousa fugir do lugar-comum.
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Cantor australiano de repertório tranquilo (extremamente tranquilo, eu diria) e ligado ao folk, Mark Wilkinson decidiu fazer de seu novo álbum, Wild and hunted things, um disco bastante conciso: oito faixas, menos de meia hora, repertório quase sempre minimalista, letras baseadas em lutas interiores, clima basicamente já entregue pela capa e pelo título.
Musicalmente dois lados convivem mais intensamente no disco de Mark. O primeiro é o do folk radiofônico de faixas como Don’t leave me behind, Adoration skies e Get out. O outro é o do pop adulto feito para abastecer as light FMs, e também realizado com base folk. New look, com linhas de baixo legais e batidinha eletrônica, vai nessa. Reborn, uma canção de violão meio sombria e que parece ter um refrão de nu-metal (ou de emo) enxertado, vai também.
O complicado de Mark é que em Wild ele não chega a se destacar lá muito do mar de cantores folk que vão na mesma onda violeira-existencialista – não são canções ruins, mas no todo, falta algo diferente quase sempre. Só não falta quando Mark solta a voz em In my darkest hour, mistura de soul e bittersweet, com letra soturna, mostrando o que ele pode alcançar em termos de composição e interpretação.
Esse lado meio tristonho é uma senha para praticamente todo o disco, mas bate com força igualmente no folk gracioso M95 e na amorosa Phosphene, canção que abre com violão lo-fi e prossegue com batidinha e cordas. Quando Mark se permite soar diferente, Wild and hunted things finalmente encontra seu brilho.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 6,5
Gravadora: Nettwerk Music Group
Lançamento: 4 de julho de 2025.
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