Cinema

Man With A Camera: Charles Bronson como protagonista de série

Published

on

Entre 1958 e 1960, se estivesse lá pelos EUA, você podia ligar a TV na emissora ABC e… curtir uma série em que o ator principal era ninguém menos que Charles Bronson.

Man with a camera trazia Bronson fazendo Mike Kovac, um ex-fotógrafo de combate da Segunda Guerra Mundial, que ganhava a vida fazendo freelancers e cobrindo eventos. Só que Kovac passava a maior parte do tempo trabalhando como detetive.

Kovac era famoso por conseguir tirar as fotos que outros colegas não conseguiam tirar. Ademais, era também reconhecido por atuar em áreas que a polícia não tinha acesso. Em alguns episódios, recomendava aos que o procuravam que fossem direto à delegacia mais próxima, mas acabava convencido a pegar os casos. Por sinal, os fãs de fotografia podiam babar na série. Não só o equipamento do detetive incluía muitas câmeras escondidas, como também uma câmara escura portátil no porta-malas do carro, para revelar negativos.

A novidade é que alguém subiu os episódios da série para o YouTube numa playlist. Dá para conferir em inglês com legendas (mas automáticas e ruins).

Kovac era um personagem perfeito para Bronson, um sujeito que, por acaso, havia combatido na Segunda Guerra Mundial, na força aérea do exército americano.

Nascido Charles Dennis Buchinsky em 1921, e filho de imigrantes da Lituânia, Bronson adotara o codinome poucos anos antes de Man with a camera. Anteriormente, chegara a atuar como Charles Buchinsky. Mas logo adotaria o novo nome artístico e, em seguida, tentaria sucesso com papeis pequenos e atuações no teatro e na TV.

Man with a camera saiu quando Bronson já tinha um pequeno nome no cinema, embora com atuações obscurecidas. A série era uma produção da empresa dos atores Lucille Ball e Desi Arnaz, a Desilu, e rendeu 29 episódios, exibidos em duas temporadas. Eram dois episódios por semana, filmados pela inacreditável quantia de US$ 25 mil por segmento.

Por sinal, o iniciante Bronson precisava se contentar com um cachê de 2 mil dólares por semana. E como em TV nada se faz sem patrocinador, havia uma força por trás da série. Era a General Electrics, que precisava lançar direitinho um novo tipo de flash que havia desenvolvido. Era dos bolsos da empresa que saía a grana para pagar atores, produtores, roteiristas e todo o pessoal envolvido. Aliás, todo o conceito da série foi bolado a partir desse acerto com a GE.

Apesar do sucesso moderado de Man with a camera, foi justamente a saída do patrocinador que fez com que a série fosse descontinuada. O livro Charles Bronson: The 95 films and the 156 television appearances, de Michael R. Pitts, diz que uma empresa rival da GE havia desenvolvido um flash melhor e o contrato de patrocínio foi cancelado.

Seja como for, a série rendeu mais aparições para Bronson na TV e no cinema, embora o estrelato só chegasse de verdade no fim dos anos 1960, a partir de filmes rodados na Europa. Mas isso é outra história.

Veja também no POP FANTASMA:
Anúncios infantis de antigas revistas de vídeo que hoje parecem bem estranhos
There’s always vanilla: a comédia romântica (!) de George A. Romero
Ennio Morricone derrotando geral no xadrez
– E o talk show de Orson Welles?

Trending

Sair da versão mobile