Cultura Pop

London: a banda do hit “Everyone’s a winner” – descubra!

Published

on

Uma banda estreia sob grandes bênçãos, faz shows abrindo para uma das bandas do momento, consegue um estouro promissor com o primeiro single, mas sucumbe a desentendimentos e dúvidas e faz seu último show antes mesmo de lançar seu primeiro LP. Essa é basicamente a curta trajetória de um dos mais ilustres primos pobres da geração 1977 do punk, o London.

Ao contrário de nomes como Clash, Sex Pistols, Damned e Stranglers (a tal “banda do momento” para a qual o London abriu shows), os londrinos do London (duh) não ganharam o mesmo status e tiveram só um hit – o single “Everyone’s a winner”, lançado em 1977 pela MCA. É esse aí de baixo, num vídeo que um fã jogou no YouTube cheio de fotos e memorabília da banda.

Empresariados pelo veterano Simon Napier-Bell (que cuidou da carreira dos Yardbirds e de Marc Bolan), Riff Regan (vocais), Steve Voice (baixo), Jon Moss (bateria) e Dave Wight (guitarra) começaram a excursionar bastante e, em pouco tempo, viram as plateias punks ficarem cada vez mais violentas e radicais após as primeiras aparições dos Sex Pistols na mídia. Nessa época, Regan teve que usar um guarda-chuva no palco em alguns shows, para se proteger de cusparadas da plateia, como contou nesse papo aqui. Sob as asas de Napier-Bell, conseguiram contrato com a MCA de maneira inacreditável – e na época, vale lembrar, bandas de garotos viraram a bola da vez das grandes gravadoras.

“Bell nos levou para os estúdios do IBC e gravamos o single, em cerca de vinte minutos. Fez quinze cópias em cassette e mandou um mensageiro entregá-las nas principais gravadoras com o bilhete: ‘Isso é o London. Se quiser assinar com a gente ligue para o número tal’. Hoje é duro de acreditar, mas até meio-dia algumas gravadoras ligaram, sim”, contou Regan, lembrando que o grupo percorreu vários clubes da cena de Londres, como o Hope And Anchor, o Marquee, o Nashville (“tocamos algumas vezes lá com o 999, minha banda preferida”). E além de “Everyone’s a winner”, outras músicas conquistavam a plateia, como “Friday on my mind” e “Siouxsie Sue” (segundo Regan, a personagem da canção não tem nada a ver com Siouxsie dos Banshees).

Com shows elogiados mas sem muito sucesso, o grupo abriu e cada um foi para o seu lado. Regan fez carreira solo por alguns anos na MCA e virou roteirista de humor, Steve Voice montou os Original Vampires, Dave Wight virou professor. John Moss passou um tempo (curto) no The Damned e depois entrou para o Culture Club, de Boy George. “Animal games”, o primeiro e único disco, saiu em fevereiro de 1978 com a banda já aos pedaços.

O London só se reuniu 30 anos depois de encerrar atividades, para alguns poucos shows, e – olha só – ainda existe. O line-up atual tem Riff Regan (voz), Steve Voice (guitarra), Hugh O’Donnell (guitarra), Colin Watterston (bateria) e Rick De’Ath (bateria). Olha eles aí no ano passado, com John Moss ocupando as baquetas, no Rebellion Festival.


Trending

Sair da versão mobile