Cinema

Mudaram o logotipo da telefônica AT&T em 1969 e fizeram um filme malucão para explicar a mudança

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Parece estranho, mas o vídeo que você vai ver lá embaixo, com altos toques de experimentalismo e surrealismo, foi feito por uma empresa grandalhona de telecomunicações, a AT&T, em 1970. A ideia era apresentar, para executivos da firma, o então novo logotipo da telefônica, criado em 1969 por Saul Bass, um sujeito que havia desenhado logos para filmes como Psicose, de Hitchcock.

A empresa de Bass também se responsabilizou pelo próprio filme, que se utiliza de logotipos de outras empresas, ideias bacanas sobre “modernização” e progressismos, e de conversas telefônicas fictícias, para mostrar que o mundo estava mudando, e a AT&T ou caminhava junto, ou ia ficar para trás. Para marcar essa modernização, a empresa deixava de lado a imagem antiga do Bell System – sistema de companhias telefônicas adquirido por ela no fim do século 18. A logo antiga tinha um sino circundando por letrinhas mínimas. Partindo do princípio que um logotipo precisava ser lido de longe, ela deixou de lado as letrinhas e aumentou o tamanho do sino.

“E precisava de um filme de quase meia hora para falar que aumentaram a porra do sino?”, você tem o direito de perguntar. Bom, a AT&T devia sentir que precisava disso. Na época, o negócio da firma passava por uma concorrência jamais vista, o que justifica BASTANTE o desespero da empresa por se modernizar e conquistar (vá lá) fãs. Desde os anos 1970 rolavam denúncias antitruste contra o tal do Bell System – que em 1983, se dividiu entre várias companhias regionais. Outras empresas, na época, ofereciam planos de longa distância e tornavam a sobrevida da AT&T mais dura, digamos assim.

No mais, vale pegar uma meia horinha do seu dia para assistir ao vídeo, que é puro pós-modernismo (ai) sessentista, com muita influência da pop-art. O filme explica que “algumas pessoas em nossa sociedade se sentem arregimentadas, enquanto outras se sentem livres, e outras veem a sociedade como desumanizadora”, seguindo para uma cena em que pedestres parecem fazer ginástica enquanto um sinal de trânsito comunica “um, dois, um, dois”.

“É uma boa época para se estar vivo”, diz outra cena, num arroubo de otimismo que, ainda com a guerra do Vietnã em curso, até convence distraídos. Mas vá lá que o filme tece bons argumentos, comparando o ano de 1969 com a época da Grande Depressão e das crises pelas quais os EUA passaram.

Divirta-se.

Via Ars Technica.

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