Cultura Pop

Lembra do disco de meditação de Lou Reed?

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Lá por 2007, o último disco de estúdio de Lou Reed tinha sido o orquestral e poético The raven, lançado em 2003 – um álbum duplo enorme (ou um CD simples resumido, dependendo da edição) com músicas inspiradas pela obra do escritor americano Edgar Allan Poe. Até que o cantor decidiu reaparecer com um disco bem diferente de tudo o que já havia lançado até então: um álbum de new age music, voltado para a meditação.

Tá pensando que é brincadeira? Pois Hudson river wind meditations saiu em 24 de abril de 2007 pelo selo independente Sounds True (especializado em discos de spoken word e obras auditivas de auto-ajuda) e, mesmo sendo pouco lembrado, tem enorme importância por ter sido o último disco solo de material inédito de Reed.

O álbum é composto apenas de quatro longos instrumentais (títulos: Mova seu coração, Encontre sua nota, Hudson River wind – misturar o ambiente e Coda do vento). Lou tocou tudo, fez arranjos, mixagem e ainda fez a foto da capa. “Toquei tudo num (teclado) Moog Analog Voyager. Então, é um som real. Não é um som sampleado”, contou Lou, que inicialmente fez o disco como um projeto bem experimental e particular, para usar em sua própria meditação diária, e decidiu lançar.

Lou Reed e meditação não são coisas tão fora de esquadro assim – o cantor fazia tai chi chuan e meditava desde os anos 1980, como dá até para ver na foto acima. Mas o cantor estava tão entusiasmado com a obra que fez questão até de dar entrevista para um site de fé, oração e bem-estar, o Belief.net, contando um pouco sobre como o disco foi feito.

“Não é new age ou qualquer coisa assim. Isso está vindo de um lugar diferente, eu acho”, acreditava o cantor, que tentou escapar, no papo, de assuntos mais espiritualistas. “Não sou muito bom para falar com as pessoas sobre relacionamentos espirituais. Estou falando apenas do corpo físico, da força mental. A espiritualidade é o domínio de outras pessoas muito mais conhecedoras do que eu. Eu nunca aconselharia ninguém sobre nada. Isso é apenas algo que eu coloquei que me ajuda. E com alguma sorte, talvez contribua para outras pessoas”, disse.

E tá aí o disco.

(via Mauricio Gouveia, da livraria Baratos de Ribeiro)

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