Crítica

Ouvimos: Le Volume Courbe – “Planet ping pong”

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RESENHA: Le Volume Courbe mistura psicodelia, avant-pop e doçura excêntrica no curioso e instável Planet Ping Pong, com Noel Gallagher e Terry Hall.

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Charlotte Marionneau, sob o codinome Le Volume Courbe, lança Planet Ping Pong como quem abre uma caixinha de surpresas sonoras – miniaturas de avant-pop que transitam entre a elegância francesa, a psicodelia britânica e uma doçura absurda e excêntrica. Morando em Londres há anos, Charlotte transforma o absurdo em sons poéticos, frágeis e encantadores.

É importante falar que nem tudo em Planet Ping Pong dá super certo – algumas coisas ficam mais no campo da experimentação e da tentativa e erro. A faixa-título, por exemplo, é uma espécie jogo vocal de pingue-pongue orquestrado com flautas, tímpanos e latidos – enquanto isso a voz de Charlotte soletra as palavras “ping” e “pong”. Duffy and Mr Seagull é o auge da maluquice charmosa: um diálogo entre Charlotte e uma gaivota, ao som de piano nostálgico, que não funciona musicalmente de verdade.

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Já quando dá certo, é para ouvir sorrindo, como na performance experimental e funkeada de Fourteen years, na balada espacial de piano e voz The moon song e no rock experimental jazzistico e selvagem de Two-love, com Noel Gallagher no baixo e no piano, e Andrew Innes (Primal Scream) nas programações, e algo de Secos & Molhados no som.

Seguindo, Réve réveiller traz acordeão hipnótico e cordas em estado de vertigem. Bag of excuses é folk francês de cortina de teatro, simples e linda. To know him is to love him, clássico de Phil Spector, vira um sussurro do espaço, com teclados que brilham e um vocal à beira de se esfarelar. Tem a bad trip espacial de MRI song, e uma das últimas gravações de Terry Hall (Specials, morto em 2022) nos vocais do folk alegre e psicodélico de Mind contorted.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8
Gravadora: Independente
Lançamento: 9 de maio de 2025.

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