Crítica

Ouvimos: Lab Rat – “In the walls we wait”

Published

on

RESENHA: Em In the walls we wait, o Lab Rat mistura punk, metal, rap e shoegaze em um disco intenso e variado, com letras marcadas por dor, desespero e vivências reais.

Banda australiana que grava por um selo espanhol, o Lab Rat vem da cabeça de Dylan James, um sujeito cuja vida é cheia de histórias bem estranhas: depressão, drogas, traumas, vivência punk desde a adolescência. In the walls we wait, segundo álbum do projeto, tem uma musicalidade incomum: partindo de uma receita conhecida (a mescla de punk e metal que nos Estados Unidos ganha ares de “rock alternativo”), Dylan acrescenta psicodelia, musicalidade anos 1990, rap e até toques de shoegaze e slowcore.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

O resultado é uma sonoridade poderosa, em que as variações estilísticas vão colidindo, e em que a revolta e o desespero soam reais, em faixas como a sombria e quase eletrônica Around my neck, a quase grunge Rolling loud, a dolorida Medicate me e a esparsa Car crash. Músicas como Exit path, houvessem sido lançadas nos anos 1990, virariam chiclete de ouvido imediato, bem como Drunk, que mexe na receita do rock dançante, eletrônico e quase industrial – uma soma que, à primeira vista, parece desgastada, mas é abordada com estilo.

Faixas como Lost in SoHo mostram que o Lab Rat segue uma direção musical apontada dos anos 1990 para cá, lembrando até bandas como Libertines. Já You are not alone, apesar da boa maré do título, soa enevoada, tristonha e quase fúnebre – com cordas e coral no final. Som e vivência, dores e música, espalhados em 12 faixas.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8,5
Gravadora: Mushroom Pillow
Lançamento: 9 de maio de 2025.

Trending

Sair da versão mobile