Lançamentos
Juliana Stanzani: união de folk, blues e até valsa em disco solo
Com um trabalho musical que já tem 20 anos, a cantora e compositora mineira Juliana Stanzani estreia em disco solo só agora, com O avesso do não, um álbum curto (9 faixas, 30 minutos), repleto de delicadezas em letra, música e arranjos, unindo estilos musicais como samba, blues, folk e até valsa – esse último estilo, em músicas como Valsa blues e Valsa pra vó. O estilo também aparece em faixas com compasso diferenciado, como Resposta.
Juliana, que vive em Juiz de Fora mas nasceu em Leopoldina, na capital mineira, compôs todas as faixas do álbum, com parceiros como Nathália Lãoturco, Cacáudio e Bruno Baptista. Já Achei, a faixa de abertura, foi feita por ela sozinha, “e a letra veio ao acompanhar uma pessoa querida passando por um rompimento traumático, uma história dramática, triste, de abandono. Compus, originalmente, no violão, sobre uma linha de baixo simples. Eu fiz melodia e também a letra. Uma música simples, direta, mas com imagens e escolhas vocabulares interessantes. O Rodrigo Campello foi bastante delicado nos arranjos, deixando bem mais elaborado que o original”, conta Juliana.
Já a personagem de Valsa pra vó é mesmo a avó de Juliana, que a criou junto com sua mãe. “Em 2018, eu acompanhei minha vó muito de perto. Minha vó já estava ficando um pouco debilitada”, diz. “Eu considero que eu tenho duas mães, então nossa relação não é uma relação simplesmente de vó, que já é uma relação muito especial. Ela tomou um tombo e não se recuperou, hoje ela tem muito pouca consciência de qualquer coisa. Apesar de me causar muita dor, também é uma declaração de amor à minha velha e à nossa história juntas”.
Apesar de O avesso do não ser o primeiro disco individual de Juliana, ela tem na discografia o álbum Nossa toada (2020), uma parceria com o sambista Roger Resende, e Patuá (2015), o disco de uma banda da qual ela fez parte, Matilda, formada ainda por Amanda Martins (flauta), Fabrícia Valle (percussão) e Bia Nascimento (violão).
Foto: Isabella Campos/Divulgação