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Jogaram no YouTube um documentário sobre a vida criminal do ator pornô John Holmes

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Aos 24 anos, o futuro astro pornô John Holmes (1944-1988) carregava um histórico duríssimo. Havia sido espancado pelo pai na infância, e, depois do divórcio da mãe, vivera num apartamento insalubre com ela e os irmãos. Na sequência, após sua mãe se casar novamente, passou a receber maus tratos do padrasto. Que mimava os enteados até o nascimento de seu filho com a mãe de Holmes, quando passou a tratar todos como se tivessem sido comprados numa liquidação.

Já adulto, Holmes casou-se com uma enfermeira e passou a levar uma vida suburbana e caseira. A estabilidade durou pouco: ele foi demitido de seu emprego, passou a ser sustentado pela mulher e começou a frequentar cassinos e clubes de pôquer.

O E! True Hollywood Story fez (e alguém tacou no YouTube) um documentário sobre a história – e ficha criminal – do ator, John Holmes and The Wonderland Murders. E mostrou que, na vida do artista, nunca um xixi foi tão proveitoso. Isso porque, num desses cassinos que frequentava, foi se aliviar no mictório e teve seus 40 cm de pênis manjados por um fotógrafo, que o convidou para fazer ensaios para revistas.

Holmes, como é público e notório, acabou no cinema, numa época em que filmes pornôs eram ilegais. Fez Johnny Wadd (1971), uma espécie de investigador policial cafajeste e pegador, que vivia cercado de gatas. O filme foi exibido em circuito restrito, mas fez sucesso a ponto de fazerem várias continuações. Só que rolou uma reposição no mercado, com produções como Garganta profunda chutando a porta do mainstream. E a vida de Holmes mudou a ponto de ele virar uma lenda do mundo do cinema liberal. Por sinal, uma lenda movida a (muitas) doses de cocaína, amizades com traficantes e relacionamentos com gente sombria e perigosa.

O envolvimento de Holmes com o tráfico de drogas toma, na real, boa parte do documentário. O excesso de cocaína fez com que o ator não conseguisse manter mais ereções. Sem arrumar mais papeis no cinema pornô por causa disso, Holmes caiu mais e mais no pó. Para bancar o vício, passou a traficar, a se prostituir, a fraudar cartões de crédito e a roubar objetos de amigos e da ex-esposa. Arrumou uma namorada de 15 anos e a incentivava a vender drogas.

Tudo piorou quando o ator ficou amigo de um traficante chamado Eddie Nash, que além de vender drogas, era viciado em freebase, uma espécie de droga-mãe do crack.

Holmes e Nash passavam horas usando drogas juntos – o que fez com que o ator abrisse uma baita dívida com o traficante. Nash podia estar doidão a maior parte do tempo, mas sabia de (e cobrava) cada centavo que o ator lhe devia. Em paralelo a isso, Holmes fez amizade com um grupo barra-pesada de traficantes, a Wonderland Gang, e também arrumou um débito bem grande com eles. Tão grande que, para fugir da dívida, acabou revelando a eles que Nash guardava uma enorme quantidade de drogas, joias e armas em casa. As consequências disso, você confere no doc.

Em 1981, numa tentativa de voltar ao cinema e salvar um estúdio do fracasso, Holmes fez uma espécie de filme biográfico chamado Exhausted. Numa das cenas dizia ter transado com 14 mil mulheres. Nem quem conheceu o ator de perto arrisca um número de parceiras.

Se ainda hoje há discussões sobre uso de camisinha no cinema pornô, nos anos 1970 – e em boa parte dos 1980 – isso era brincadeira de criança. John morreu em 13 de março de 1988 por causa de várias doenças associadas ao vírus HIV. Seu fim de vida pairou nas cabeças da comunidade do cinema pornô por muito tempo, como um símbolo do desregramento e da falta de proteção associados ao estilo. Ainda hoje tem muita campanha para atores do gênero usarem camisinha ou pelo menos manterem os exames em dia.

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