Cultura Pop
Jogaram todos os episódios do Garoto Enxaqueca no YouTube
Em 1992, a história em quadrinhos Migraine Boy (“garoto enxaqueca”, fim) começou a ser publicada pela revista Hype!, de Seattle. O autor era Greg Fiering, cujo trabalho acabou se tornando conhecido a ponto da HQ migrar para outras publicações, como Spy, Flagplole magazine e Village Voice.
A tirinha era sempre publicada em preto e branco, com poucos quadrinhos, e tinha um plot absurdamente simples: um garoto mal-humorado que vivia com enxaqueca, e morava uma casa com quintal típico das habitações suburbanas dos EUA, era constantemente procurado por um vizinho (o “garoto aspirina”, como passou a ser chamado pelos fãs) que queria fazer amizade com ele, mas só dava mancada.
MIGRAINE BOY by American cartoonist, Greg Fiering.
The character appears on the inside sleeve of R.E.M.’s MONSTER (1994). The 1990s: when “alternative” bands would always follow up a moody and melodic (and successful) album with one that was loud and harsh and UNCOMMERCIAL. pic.twitter.com/6OsiYbHi9f
— WEIRDLAND TV (@WeirdlandTales) April 18, 2020
O garoto ganhou destaque a ponto de Greg ser chamado pelo R.E.M. para fazer a capa do disco Monster (1994) – com direito a uma aparição especial do Garoto Enxaqueca no encarte do CD. Michael Stipe, vocalista da banda, chegou a definir o Migraine Boy como “nervosismo impassível em um mundo plano e tranqüilo”. Foi o próprio vocalista que fez o convite a Greg.
Em 1996, dois anos após Monster sair, o sucesso do Migraine Boy chegaria à telinha. Hoje falando, parece que foram quase dois anos de temporadas. Mas o desenho animado do Garoto Enxaqueca teve apenas doze clipes curtos, produzidos pelo estúdio Greenhead Media, e levados ao ar pela MTV americana.
No Brasil, as aventuras do personagem foram ao ar (na MTV Brasil, por sinal) em 1997. Fez tanto sucesso que a emissora chegou a pensar em criar um similar nacional. A MTV mandou para o ar um Barraco, programa de debates apresentado por Astrid Fontenelle, sobre o tema “chatice”, girando em torno do personagem.
A Folhateen, encarte para adolescentes da Folha de S. Paulo, não perdeu tempo e entrevistou famosos sobre os “garotos enxaqueca” que eles conheciam. Luciano Huck disse que ele próprio era um garoto enxaqueca (“eu encho o saco e me cobro demais, sou muito perfeccionista”, falou). Serginho Groisman deu o cargo para o diretor de teatro Cacá Rosset. E pelo menos dois famosos (Elke Maravilha e Ricardo Confessori, baterista do Angra) disseram que o então presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, era o garoto enxaqueca.
Mas essa longa introdução era só para informar que jogaram no YouTube todos os episódios do Garoto Enxaqueca exibidos na MTV Brasil. Pega aí.
Ah, sim: em 1999 Fiering e o mesmo animados da série, James Dean Conklin, fizeram um desenho animado em curta-metragem (e colorido!) do Garoto Enxaqueca. Era Migraine Boy: The bet. Tá no YouTube também.