Cultura Pop
Jackofficers: house music podre com Gibby Haynes, dos Butthole Surfers
Em 2004, Gibby Haynes, criador dos Butthole Surfers, estava prometendo que faria outro disco eletrônico. “Provavelmente sairá um outro disco dos Jackofficers”, contou o músico, que já usava ferramentas como Pro Tools e Fruity Loops havia bastante tempo. Jackofficers, por sinal, era um projeto de Gibby ligado a “house music” (muito entre aspas) que ficou perdido no tempo, no comecinho dos anos 1990. Nunca houve um segundo álbum do grupo, criado por Haynes e Jeff Pinkus (baixista dos Surfers), e a história acabou indo parar no território das lendas.
Digital dump, o primeiro e único disco dos Jackofficers (1990), surgiu numa curta fase em que os Butthole Surfers estavam contratados pela Rough Trade. A banda lançou por lá o curiosíssimo e eletrônico piouhgd, em 1991. O selo andava bem mal das pernas e fechou as portas naquele mesmo ano, para ressurgir só em 2000. Logo depois, a banda trataria de ofuscar seu próprio passado assinando contrato com a Capitol e gravando Independent worm saloon, com produção de John Paul Jones (Led Zeppelin).
E como entrou para a história o tal disco dos Jackofficers? Bom, digamos que Digital dump é podre demais para ser considerado apenas house music – embora algumas músicas, como Swingers club, soem como paródias do estilão eletrônico da acid house. E é eletrônico demais para agradar os fãs do som comum dos Butthole. O repertório do disco inclui samples de Jimi Hendrix falando, do filme O massacre da serra elétrica e até da voz do militar americano Oliver North depondo no caso Irã-Contras (o comandante aparece dizendo bobagens em Swingers club e Time machines, part 1). E gemidos tirados de algum filme pornô.
O disco inteiro tá aí.