Cultura Pop

1.364 (!) músicas com a batida de “Funky drummer”, de James Brown

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O número a seguir é indicado pelo site www.whosampled.com, excelente para se descobrir (como o próprio nome já diz) quem sampleou quem: nada menos que 1.364 músicas samplearam a batida criada pelo batera Clyde Stubblefield para “Funky drummer”, clássico de James Brown. Desconhecido para muitos, Clyde saiu de cena no sábado (18) após uma batalha longa contra gravíssimos problemas renais, durante a qual contou com bastante ajuda do também “ido” Prince (logicamente, após a morte do baixinho, o dinheiro para seu tratamento parou de seguir). E obviamente nunca recebeu um centavo pelo uso de suas batidas originais nessas músicas (confira a lista completa aqui).

O vídeo aí embaixo, da Australian Associated Press, dá uma ideia do quanto Clyde deixou de ganhar de março de 1970 (quando saiu o single de “Funky drummer”) até hoje. O baterista também foi um dos principais entrevistados do documentário “Copyright criminals”, de Benjamin Franzen (2009), sobre as zonas cinzentas dos direitos autorais de samplings.

As batidas da música estão em “Rebel without a pause”, do Public Enemy…

https://www.youtube.com/watch?v=q0b0jIaCEHU

…”Justify my love”, da Madonna (!)…

… em outra do Public Enemy, “Fight the power”…

… em “Scarlet begonias”, do Sublime, logo na abertura. E em mais 1.360 faixas, incluídos aí hits indiscutíveis como “Get off”, do Prince, e até “Freedom 90”, de George Michael. Até Kenny G (!) sampleou “Funky drummer” em “G-bop”, música de 1992. Grosso modo, se o músico fosse ganhar remuneração de cada música que sampleou suas batidas, seria o baterista mais bem pago do mundo.

“As pessoas usam meus modelos de batidas em várias canções. Nunca me dão crédito e nunca me pagaram. Isso não me perturba ou me aborrece, mas é muito desrespeitador”, contou Clyde numa entrevista ao “New York Times” em 2011, quando saiu a edição DVD de “Copyright criminals”. O músico também reclamou que muita gente poderia ter ganhado créditos vindos das canções de James Brown, “mas ele só falava sobre si próprio”.

Foto: Paul VanDerWerf

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