Cinema

Frat House: trotes, violência e nojeira nas universidades americanas em documentário

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A Wikipedia tem uma lista de mortes por trote nos Estados Unidos. Após o “início de um sonho” (conseguir uma universidade) e o “deu tudo certo” (estar matriculado nela), tem todo um contexto bizarro e sombrio que volta e meia é explorado por alguns filmes lá fora: é o contexto da pressa para se adequar à nova realidade, da pressão social para fazer amigos e estar entre os populares, da busca por uma colocação no mercado, da não-colocação entre os perdedores do universo da faculdade.

Ok, isso rola no Brasil também, mas uma olhadinha no filme Frat house, feito pela HBO em 1998 e nunca lançado oficialmente dá uma certa horrorizada, por causa da exposição do lado perigoso das fraternidades das universidades americanas. Em um minuto você está feliz por ter entrado no curso, em outro minuto você está sendo atingido por uma mistura de substâncias tóxicas numa festa qualquer. A novidade é que jogaram Frat house no YouTube (ok, com legendas em inglês apenas).

Frat house tem lá suas polêmicas. Os diretores do filme, Todd Phillips (o mesmo cara que fez Se beber não case e o documentário sobre GG Allin) e Andrew Gurland foram pedir para alguns dos entrevistados refazerem cenas, o que jogou areia no aspecto “cinema-verdade” da coisa. “O que as pessoas não entendem sobre um bom documentário é que é roteiro. Você escreve o filme antes de ele ser feito. E você manipula todos na sala para dizer exatamente o que você quer que eles digam”, se defendeu Todd num papo com a Vice há cinco anos.

Fazendo o filme, os cineastas conheceram uma tal Beta Chi de Nova York, fraternidade com dia a dia violento, machista e abusivo (pelo que aparece no filme). Depois se mandaram para uma tal Alpha Tau Omega, na Pensilvânia. Lá, Philips foi trancado numa gaiola de cachorro e coberto de uma gosma nojenta que misturava cerveja, cinza de cigarro e tudo o que aparecesse pela frente.

Todd alega que o motivo da não-exibição de The frat house pela HBO foi outro. “Frat house é sobre americanos brancos de classe alta cujos pais são advogados, médicos e políticos. Parece que estou vomitando uma teoria louca da controvérsia paranoica, mas é verdade. E quando você fizer esse filme, essas pessoas, que têm muitos recursos, ameaçarão processar você. Você vai lutar nessa batalha ou não, e a HBO optou por não lutar essa batalha”, contou.

Pega aí o filme e tire suas próprias conclusões.

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