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E aí, vale comemorar os 35 anos de The Final Countdown, do Europe?
Tem quem não aguente mais escutar as primeiras notas de um dos maiores hinos (para o bem ou para o mal) da história do rock, The final countdown, da banda sueca Europe. O maior sucesso do grupo, que deu nome a seu terceiro disco (que nesta quarta, 26, completa 35 anos), já ganhou versões orquestrais, já foi tocado por DJs em eventos caretas de empresas, apareceu em festas de casamento, etc. Enfim, é um daqueles temas multi-uso que aporrinham o saco de todo mundo. Mas têm uma cordilheira de fãs.
O que possivelmente muita gente não sabe é que os detratores talvez pudessem ter sido poupados de The final countdown – ou pelo menos de sua posição como hit monumental – por um pequeno detalhe: alguns integrantes da banda inicialmente nem apostavam na faixa como single.
Alguns dos membros apostavam suas fichas em Rock the night, outra música do disco que se tornaria hit. The final countdown estaria destinado a ser uma abertura apoteótica-pra-cacete para os shows do Europe e nada mais. O próprio Joey Tempest, vocalista e autor da faixa, duvidava um pouco do potencial de Countdown. Isso porque ela tinha quase seis minutos e talvez não rendesse um single.
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The final countdown tinha sido escrita pelo vocalista Joey Tempest (que teve uma baita alergia durante as gravações do terceiro LP e precisou atrasar os trabalhos) após ele voltar a trabalhar no riff de abertura, que havia composto num sintetizador emprestado, em 1981 ou 1982.
O baixista John Levén sugeriu que ele fizesse uma música em cima e lá foi Joey compor a canção, com letra baseada nos climas apocalípticos da letra de nada menos que Space Oddity, de David Bowie. “Ouvia a canção várias vezes quando era criança e era fascinado pela ideia de um cara no espaço, viajando. A voz de Bowie fazia você querer ouvir as letras, o que é muito forte para um cantor”, explicou no vídeo abaixo.
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O problema é que, vale informar, o Europe era uma banda de heavy metal sueca, brigando num mercado repleto de novas bandas de uma tal “nova onda” de metal. E aquela intro de sintetizador parecia nostálgica demais para uma banda que brigava no mesmo mercado do Iron Maiden, o que já garantia narizes torcidos dentro da banda (Tempest diz que vê até referências de músicas escandinavas em The final countdown). Mas virou single e… deu no que deu.
Com o LP e o single The final countdown nas lojas, a banda começou a ser costumeiramente convidada a aparecer em programas de TV, incluindo atrações “para toda a família” e até alguns no estilo Domingão do Faustão, com playback. A banda, segundo Tempest, detestava essas dublagens, mas ia. Olha aí o grupo na TV em 1986.
Mas é bastante injusto chamar o Europe de banda de um hit só, como muita gente fala. Isso porque o grupo entrou numa onda metal-de-FM total após The final countdown que vendeu vários discos. Out of this world, de 1988, gritou bem alto no mercado americano, vendeu mais de três milhões de cópias no mundo todo e meteu a boa Superstitious nos ouvidos de todo mundo – até mesmo no Brasil.
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E Prisoners in paradise (1991), por sua vez, poderia ter tido ninguém menos que Bob Rock como produtor. Isso se ele não tivesse resolvido ir faturar com o Black album do Metallica, lançado no mesmo ano. Mas depois disso, o Europe daria um tempo e só retornaria em 1999.
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