Crítica
Ouvimos: Emma Harner – “Taking my side” (EP)
RESENHA: O EP Taking my side mostra Emma Harner buscando fugir de truques fáceis e criando um folk indie misterioso e delicado.
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Trocadilho bem idiota, mas vá lá: você pode até não ver nenhuma grande novidade no EP de Emma Harner, Taking my side, mas dá perfeitamente para ficar do lado dela (ai) quando o assunto é música. Taking my side mostra Emma se recusando a embarcar em truques fáceis de produção, e preferindo o esquema de compor, tocar e criar algo que dê conforto ao ouvinte – algo óbvio, mas que hoje em dia nem sempre é feito.
Essa fórmula que parece que vai desandar na abertura, com o folk docinho False alarm – música com dissonâncias dosadas e algum clima de mistério, embora seja no fundo tudo bem derivativo. Do it vem depois lembrando um rock traduzido pro idioma folk, com certo clima fantasmagórico. Yes man já abre a porteira do EP para coisas num formato mais indie – um folk com vibe grunge e ritmo que confunde os ouvidos. Aí é que o lance parece estar um pouco mais controlado.
Taking my side termina com duas músicas que parecem ter sido feitas para serem escutadas à noite: a arpejada Lifetimes é um folk misterioso com violino, no qual dá para perceber a beleza da voz de Emma. Again é um folk lento, com velocidade sendo construída aos poucos. Tem muita gente fazendo folk tristinho, ensimesmado e trevoso hoje em dia, mas Emma parece estar em busca de algo mais.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 7
Gravadora: 11 de julho de 2025
Lançamento: Independente.