Crítica
Ouvimos: El Escama – “Esse é meu último disco”
RESENHA: El Escama lança Esse é meu último disco, indie pop-rock que nasceu na pandemia e ironiza redes sociais com referências 60s e 90s.
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O próprio El Escama – que é um artista solo – avisa que o nome de seu álbum, Esse é meu último disco, não passa de um clickbait. As músicas do disco, por sua vez, vieram da pandemia, quando ele resolveu voltar a estudar violão e tomou como tarefa compor diariamente uma música nova. Por acaso, na segunda ou terceira música já composta, ele percebeu que estava falando apenas sobre redes sociais, o que acabou virando o tema do álbum.
Musicalmente, Esse é meu último disco é bem mais próximo do britpop e do rock dos anos 1960 do que de qualquer outro estilo. Estilhaços é pop-rock com herança beatle, Na sua bolha tem algo de Beach Boys e Beatles, Na esquina tem cara MPB e simultaneamente tem muito do rock dos anos 1990 – a letra, seguindo o assunto central do álbum, avisa que “história não se faz com stories”. Um clima experimental surge em Água rasa, cuja letra fala sobre discussões vazias do dia a dia, enquanto uma face blues rock, mais pesada, aparece na irônica Suspensão voluntária da descrença.
Já Mesmo tem algo de Smiths e também algo do Skank de discos como Cosmotron (2003). E o álbum invade um pouco a área do indie pop e das referências eletrônicas em músicas como Vale da estranheza, Dopamina e Nunca critiquei, além da quase emo Zero defeitos. Disco independente tranquilo, com referências legais, e com regularidade em letras e composições.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 7,5
Gravadora: Independente.
Lançamento: 25 de fevereiro de 2025.